Usina de Letras
Usina de Letras
165 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62187 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Cais Do corpo -- 31/03/2013 - 09:15 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Cais Do Corpo



Ela passeava na praça como

Se estivesse viva, como se

Não fosse um fantasma.

Quando a bolsinha rodava

Os dentes brancos entre os

Lábios rubros os clientes

Encarava. Não era mais do

Que uma menina mas já

Diplomada em todo tipo

De taras. Estranhou esse

Outro, outro cliente que

Ora a descartara. Dessa

Forma vai vivendo 2ª, 3ª

E quarta. Alguém outra

Vez vem e de novo inda

A descarta. Pálida, triste

E magoada nem sentiu

Que fora quatro, cinco,

Seis vezes esfaqueada e

Ficou 5ª e 6ª feira como

Que parada esse encanto

De menina a voar como

Uma vaca sorriu sozinha

Sem uma companhia sob

Os lençóis dessa rinha ela

Novinha nesse domingo a

Mostrar as coxinhas essa

Sensação de solidão tão

Estranha e infinita... Que

Se passa? Que se passou?

Um ser transparente dela

Se aproximou, sorriu e

Seu estranhamento só

Aumentou. O anjo (será

Se torto?) sua mão pegou

E no túnel de luz que se

Abriu ela soçobrou. Por

Isso todos passavam por

Ela, ela por todos passou

Um dia, como a galinha

De Clarice alguém, quem

Diria, a prestigiou. Mas

Agora já passavam das 9

Horas noturnas. Depois

De acolhida não olhava

Pra ninguém e ninguém

Olhava pra ela. Quem nela

Se chegava não via se era

Gorda nem magra. Quem

Adivinhava nela anseios?

Abriu pela última vez as

Asas nesse voo após do

Alto despencar da murada

Do terraço. Como a ave

De Clarice, sozinha nesse

Mundo, sem pai, nem mãe

Muda arfava. Entre gritos

E penas agonizava na rua

Na calçada. Drogada inda

Tonta não mais resistiu a

Tanta violência. Nem caca

Rejou zonza e indecisa

Ninguém reparou: estava

Prenha. Quem acariciaria

A cabeça de uma galinha?

Ou pensaria nela como

Parte de uma família?

Antropofagicamente

Comeram-na muitas vezes

E mataram-na, finalmente.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui