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Poesias-->O TEU RISO (PABLO NERUDA) -- 20/02/2013 - 08:51 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estive tão próximo dele, quanto alguém pode estar perto de quem já não está entre os vivos. Estive em sua casa, mais precisamente onde morou com sua amada. Onde viveu o maior e melhor amor, em meio às coisas do lar, seus livros, poemas, lembranças, a cama onde amou, enfim, em meio a tudo que lembrava os melhores dias. Diria que, pra qualquer pessoa, seria como visitar um museu, rever o passado, entretanto, seus versos não são passado, são presente, estão vivos na alma de quem ama. Quem não gostaria de ser a mulher amada dos versos abaixo? Dê uma espiada e veja se não tenho razão?

Beijos e aproveite,

Valentina







O teu riso



Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas não

me tires o teu riso.



Não me tires a rosa,

a lança que desfolhas,

a água que de súbito

brota da tua alegria,

a repentina onda

de prata que em ti nasce.



A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.



Meu amor, nos momentos

mais escuros solta

o teu riso e se de súbito

vires que o meu sangue mancha

as pedras da rua,

ri, porque o teu riso

será para as minhas mãos

como uma espada fresca.



À beira do mar, no outono,

teu riso deve erguer

sua cascata de espuma,

e na primavera , amor,

quero teu riso como

a flor que esperava,

a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.



Ri-te da noite,

do dia, da lua,

ri-te das ruas

tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro

rapaz que te ama,

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando meus passos vão,

quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas nunca o teu riso,

porque então morreria.

Pablo Neruda

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