Com muito desvelo, construí um castelo. Tudo perfeito. Tudo bonito.
Tinha tudo para dar certo o meu castelo. Foi construída uma torre gigante para dalí se apreciar as belezas naturais ao redor. No terceiro andar, uma enorme varanda servia para encontros sociais, gozando-se da brisa que por ali passeava.
No projeto, incluí 20 suítes luxuosas espalhadas pelos três andares que compunham o meu castelo, uma vasta biblioteca, um salão de bailes estabelecimentos para sauna, jogos e outros divertimentos.
Em volta, ergui uma muralha que envolvia um jardim e uma grande piscina. A beleza do meu castelo era vista com admiração pelos transeuntes que paravam para apreciá-lo e tecerem os mais variados elogios, e eu me orgulhava de ser o criador dessa obra magnífica. Eu, Júlio de Assis, criador do mais belo castelo já visto.
De repente, uma ventania emitiu seu sopro impetuoso e fez ruir meu castelo, e a chuva acabou de levar os destroços para bem distante. Já não há mais castelo.
As pessoas perguntaram-me: Cadê o castelo? Outras comentavam: Você enganou-nos a todos, pois seu castelo não era confiável e, mesmo assim, nós o apreciávamos.
Sentei-me numa pedra e fiquei a pensar: dei tudo pelo meu castelo, achei-o perfeito, e ele desmoronou-se. O amor que a ele dediquei não foi suficiente para sustentá-lo. Construí meu castelo sobre areia. O vento e a chuva destruíram-no. Agora eu já sei. Levantarei outro castelo sobre rochas e cuidarei da solidez de suas paredes e olharei todos os dias pela sua segurança.
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