A certa altura de uma vidraça, uma formiguinha depara-se com uma gota de chuva que distraídamente corre pelo vidro...
Olho-a, a imaginar o que representa para ela aquela inofensiva gotinha, talvez uma lágrima caída do Céu, de algum anjinho triste, por haver levado uma bronca de Mamãe-Anjo.
O que representaria para a pequenina formiga aquela gotinha?
Talvez um rio?
Um mar?
Ou um pequeno oceano?
Só então percebi...
Chovia lá fora...
Gota-a-gota, ela caía, formando charcos, onde deveriam debater-se inocentes formigas pegas de surpresa...
A idéia dos formigueiros alagados deixou-me frágil, ao imaginar-me uma daquelas formiguinhas...
E um pequeno oceano de lágrimas rolou, rosto abaixo...
Quem dera que em nossas vidas encontrássemos, sempre, e apenas
alguma gota de chuva, em vez uma enxurrada...
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