OLIMPÍADAS NO BRASIL
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
(Texto completo)
A maioria dos atletas da Olimpíada Brasileira pertencem ao governo. Alguns estão se saindo muito bem. Outros, nem tanto!. Tal qual nas Olimpíadas da Grécia: tudo irá depender, é claro, da modalidade a que concorrem e do preparo de seus respectivos atletas.
Na modalidade de lançamento de peso à distância, o Luiz Inácio e o Zé Jenuíno têm chances de medalhas de ouro e prata, respectivamente.
Ambos já demonstraram que são imbatíveis nesta modalidade, conforme os bons resultados colhidos na fase de pré-seleção, durante vários amistosos de que participaram. Lançando pesadas críticas contra os atletas do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Polícia Federal.
Da equipe de natação, na modalidade “nado de costas”, também é esperado bom desempenho. Principalmente em relação ao social, posto que a turma do planejamento é especializada em dar as costas para as justas reivindicações salariais dos seus auxiliares.
A tragédia grega ficará por conta da ginástica de solo. Aí, até o nosso melhor jogador, o Inácio, cairá do cavalo. E voará mais cedo da competição. Seu negócio, mesmo, não é o solo; mas, sim, os céus, passeando de avião.
Na corrida contra o tempo, o representante do Brasil, o Fome Zero, foi desclassificado. Sua apresentação não saiu do feijão com arroz. Porém, logo em seguida, uma medalha de bronze, no Tiro ao Alvo: a equipe da CPI da LOTERJ acertou em cheio e pediu o indiciamento do Waldomiro, que não passou no teste do antidopping. Desse modo, as chances de medalha no jogo de Xadrez, especialidade do Waldomiro, caíram por terra.
Ainda na natação, o bicheiro Carlinhos Cachoeira trará, com certeza, uma medalha de ouro e outra de prata: ouro, para o nado de borboleta; e prata, na prova de salto com obstáculo, com o seu cavalo de raça.
A turma da basquete será desclassificada. Não passou, também, no teste antidoping. Foi pega metendo a mão grande no cesta da equipe dos aposentados.
A equipe de Judô, composta por membros da CPI do BANESTADO, continua treinando golpes entre si; os resultados são imprevisíveis. Há muita gente mal preparada. Golpes sujos e falta de união na equipe. Fala-se, até, em suborno. Mas há bons lutadores - oriundos do Ministério da Fazenda - que prometem um enorme esforço para imobilizar, ainda mais, toda a nossa economia.
No levantamento de peso, o Meirelles aponta como favorito. Vem crescendo no conceito da mídia e do presidente da competição; mas ainda não conseguiu ganhar a confiança do povão.
No salto em distância, a equipe do COPOM, do Banco Central, promete dar uma goleada. Os juros continuarão lá em cima. Já ganharam o ouro no Mundial; e prometem repetir a façanha, quebrando mais um recorde de altura nessas olimpíadas. No mínimo, manterá a atual marca de 16 pontos percentuais.
No salto com vara, a turma da inflação está sob controle. Se subir um pouco mais, aí sim, a coisa pega! E ninguém pode prever o tamanho do tombo.
Nas demais modalidades, sem chances. Espera-se, tão-somente pela repescagem, que se dará em outubro próximo, pela via das eleições.
Finalmente, a equipe de corrida, na sua grande maioria formada por gente simples, do chamado povão, é imbatível; apesar de mal nutrida e sem qualquer incentivo da parte do governo.
Pra frente, Brasil! E vamos torcer pelos nossos atletas, até onde a paciência agüentar.
17 de agosto de 2004
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