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Poesias-->LF -- 29/10/2012 - 11:09 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



 



CONDUTA DOUTRINÁRIA





Koatay 108 nos disse que o nosso conhecimento é a nossa disciplina, que nos obriga a uma maneira correta de nos conduzirmos na Vida, não só quando estamos no Templo, mas, sim, em qualquer lugar, a qualquer hora, em nossa jornada.



O modo como indicamos nosso nível de evolução espiritual, nossa atitude em relação aos que estão ao nosso redor, é a conduta doutrinária, com a qual temos que nos preocupar, pois, fora dela, não podemos trilhar nosso caminho evolutivo na Doutrina, não há evolução individual do médium.



Pela conduta doutrinária vamos adaptando nosso temperamento constitucional às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais, certos de que somos o que pensamos, e o que pensamos se reflete em nossas palavras e em nossas ações.



Dentro da correta conduta doutrinária e por sua percepção (*), o médium considera tudo de forma isenta de simpatias ou antipatias, transformando seus conceitos em ação, pautando pela  verdade, honestidade e sensatez, pelo uso correto de seu discernimento, dentro das situações em que foi colocado pelo seu transcendental, enfrenta a sua sombra (*), procurando se harmonizar, buscando o conhecimento, o conceito verdadeiro de tudo que o cerca e se disciplina, trabalha com mais precisão na Lei do Auxílio, e se aperfeiçoando na expressão das palavras corretas, manipula um grande potencial de energia e faz proveitosa utilização das forças de que dispõe.



Sabe que existe uma necessidade, tanto fisiológica como psicológica, para interação com outras pessoas. Não são suficientes as impressões sensoriais transmitidas pelo plano físico, mas sim as que estão ligadas aos campos vibracionais gerados pelo conjunto de indivíduos.



O médium do Amanhecer é consagrado, tem seu plexo iniciático, pelo Desenvolvimento penetra nos segredos da Vida e da Morte, tem consciência de sua missão, de seu carma, das Leis que o regem. Tem todas as condições para fazer o traçado de sua jornada, dentro do seu conhecimento universal, discernindo, pela inteligência, o verdadeiro significado de tudo que lhe chega pela sensibilidade, usando seu entusiasmo pela vontade de ser útil e seu interesse pela própria evolução.



Mas, existe o livre arbítrio. O Jaguar sabe o que é certo, mas, por vaidade, ambição, preconceitos e desamor, deixa-se levar por outros caminhos, desobedecendo leis sociais, morais e doutrinárias, deixando prevalecer sua sombra. Alguns pensam que as Leis do Amanhecer são para serem cumpridas apenas em seus trabalhos no Templo. E quando chegarem a Pedra Branca, forem se encontrar consigo mesmos e com a realidade de suas vidas, terão grandes choques ao ver o quanto deixaram de fazer por estarem fora da conduta doutrinária.



Segundo Tia Neiva, o Templo é um lugar onde os espíritos estão à vontade. Ali, tudo é possível. O comportamento do médium pode lhe ser prejudicial, pois numa conversa, com gesticulações, abre sua guarda e fica com seu plexo exposto, podendo captar uma força esparsa ou algum espírito que, por alguma afinidade, possa estar próximo, e seguir o médium.



Também nos disse para tomar cuidado para não importunarmos os outros, principalmente os médiuns, pois ninguém tem o direito de aborrecer ninguém, chamando a atenção ou dizendo “não deves fazer isso, não deves fazer aquilo...”.



Na Doutrina do Amanhecer somos preparados, desde o condicionamento do sono cultural, quando nos preparávamos para esta reencarnação, para o cumprimento de uma missão simétrica, dentro do poder dos Tumuchys que, gradativamente, chega até nós, com o objetivo unicamente da cura desobsessiva. Não temos missão de realizar fenômenos físicos nem de curar pessoas. Não temos motivos para exibicionismo nem vaidade. Temos, sim, que ter o maior cuidado com o nosso comportamento, com atos e palavras, para não criar choques com nossos irmãos, encarnados e desencarnados, gerando conflitos e fazendo desaparecer a sintonia com a Espiritualidade Maior, que nos acompanha passo a passo, e que não pode ser enganada.



Segundo Mateus (15-8 a 20), Jesus nos advertiu: “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem, porque do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias... São estas coisas que contaminam o homem!”



Estamos sendo preparados para as horas de desespero da Humanidade, para a libertação de espíritos, para a ajuda de pessoas que estão perdidas em suas desesperanças. Temos que ter equilíbrio, firmeza e, o principal, amor incondicional. Para isso, é preciso ter a mente equilibrada e a consciência esclarecida, o que só conseguiremos por meio da correta conduta doutrinária. Por ela, respeitamos e nos fazemos respeitar em um mundo conturbado.



Pela conduta doutrinária podemos superar nosso carma, caminhando com a Ciência e com a Fé, complementando com a Lei de Deus a Lei dos Homens,  para ter um conjunto completo de normas e diretrizes que farão com se cumpra a parte do Mantra Universal, o Pai Nosso, onde emitimos: “Seja feita a Tua vontade assim na Terra como nos Planos Espirituais...”.



Com isso, estaremos equilibrando nossas vidas, tanto na parte física como na espiritual, trabalhando materialmente, executando nossas funções biológicas, sociais e psicológicas, em sintonia com os nossos Mentores, criando para nós mesmos condições ideais para o trabalho na Lei do Auxílio.



Temos que ter nossa percepção consciente ligada a uma bem desenvolvida sensibilidade, de modo que possamos ver cada  coisa, cada pessoa do universo que nos cerca,  com os olhos, com a mente, com a consciência e com a alma.



Nossa personalidade transitória, sujeita a problemas, tanto sentimentais como físicos, nos leva a insatisfações, dores, angústias, sofrimentos e irrealizações, que devem ser avaliados e entendidos por nossa individualidade transcendental, depois de analisados por nossa consciência.



Vamos evitar palavras que criem discórdias, conflitos ou confusão;  vamos evitar mentiras e boatos; vamos deixar que cada um leve a vida que quiser; vamos evitar críticas ou julgamentos; vamos nos preocupar em não ser nossa presença uma vibração pesada e desagradável. Vamos, sim, nos cuidar para que estejamos sempre bem, com a vibração positiva, esforçando-nos para conciliar e resolver conflitos, ajudar e equilibrar os que estão ao nosso redor. Vamos cuidar do nosso corpo e de nossa saúde física e mental, preservando nossa energia vital, que é a ferramenta que nos foi dada para cumprimento de nossa missão.



Não vamos fazer algo ilegal ou danoso a alguém porque ninguém nos está vendo! Lembre-se daqueles dois Olhos em seu colete: nos alertam para que saibamos que a Espiritualidade nos contempla, penetrando esse Olhar nos nossos pensamentos, nos nossos corações, sabendo exatamente a realidade de nossas intenções, o que pretendemos com nossas palavras e ações a cada momento, nos avaliando, nos observando, nos julgando, nos entendendo e... nos amando!



Sabemos que a Espiritualidade é, sobretudo, justa. De acordo com nosso merecimento, dela recebemos tudo o que precisamos. E nosso merecimento depende de nossa conduta doutrinária. Não se deixar levar pelos caminhos floridos que levam aos negros abismos; não desafiar as leis físicas e sociais; não contrariar sua consciência levado pelas paixões ou pelo falso brilho das tentações e da vaidade; não largar seus compromissos materiais, a vida no lar, a família, enfim, estar sempre alerta para o cumprimento das Leis.



Cumprir e fazer cumprir as Leis, eis o segredo da conduta doutrinária.



Mesmo aquele que relega seus compromissos materiais e se dedica quase que exclusivamente a seu trabalho na Doutrina, está fora da conduta doutrinária, não aumentará seu merecimento. 



Uma frase Koatay 108 repetiu em várias ocasiões, dizendo que só sabemos que estamos evoluindo quando deixamos de nos preocupar com a vida dos outros, que é a base para uma perfeita conduta doutrinária.



Nosso cuidado deverá ser maior em tudo que envolva ações doutrinárias, quando estamos trabalhando no Templo ou realizando qualquer outro trabalho na Lei do Auxílio. A seriedade e concentração nos permitem agir plenamente, obedecendo às Leis que nos regem. Aquele que leva inovações ou desconhece as Leis, que brinca ou não respeita os médiuns em um trabalho, está fora da conduta doutrinária.



É triste ver o que acontece com muitos instrutores que, esquecidos de suas responsabilidades sociais e doutrinárias, deixam-se levar pelos encantos de ninfas em desenvolvimento, aumentando seus carmas.



Especialmente em qualquer trabalho na Doutrina do Amanhecer, Pai Seta Branca exige a conduta doutrinária, isto é, além do comportamento do médium, a perfeita obediência ao estabelecido no Livro de Leis e Chaves Ritualísticas (Edição de 1999 – A Definitiva).



Francisco de Assis nos advertiu: "Tanto é cada um quanto é aos olhos de Deus, e nada mais... Entre todos os dons que Jesus concedeu aos seus missionário, o maior e de mais consideração, é o de vencer-se a si mesmo e o de sofrer por amor de Deus!"



 




  • “Não me contem, não venham me contar os desatinos dos mestres! Não venham me contar que um mestre bebeu; que um mestre fez trabalhos (em outras linhas); que um mestre deixou a família; que um mestre fez isso ou aquilo... Não venham me contar! Não gosto de saber! Eu sou como uma mãe que recebe reclamações de um filho. Não venham me contar porque, além de eu não ter nada com a vida particular do médium, acho que, também, quem me conta, muito menos. Salve Deus! Não me contem que eu não gosto de saber! Se o mestre está errado para você, que está me contando, ele não está errado para mim, e às vezes você entra em conflito comigo. Vamos cuidar de nossa vida, pois temos grandes fenômenos a realizar!”  (Tia Neiva, 27.6.76)


  • “Vamos elevar a nossa mente a Jesus e que nossas vibrações possam chegar, constantes, ao Oráculo de Simiromba, emitindo e irradiando amor! Que a conduta doutrinária, que é a conduta de sua vida de caminheiro, seja perfeita, para que possa equilibrar os três reinos de seu Centro Coronário, e o seu Sol Interior possa irradiar sua luz bendita. O Homem equilibrado é a presença divina na Terra, realizando, com sua mente sábia, uma constante conjunção dos dois planos, levando sua vida na simplicidade e com disponibilidade, a iluminar com seu trabalho espiritual constante.”  (Tia Neiva, 9.4.78)


  • “Evitar a disciplina relacionada com os outros. Lembra-Te sempre que, enquanto tiveres um corpo material, terás que enfrentar as forças do teu plexo físico: nascimento, velhice, doença e morte! Não devemos pagar nada além das necessidades da vida física.(...) Discernir entre o que é importante e o que não é. Ser firme como uma rocha quando, à tua frente, tiveres que decidir entre o Bem e o Mal. Esforça-te para averiguar o que vale a pena ser feito, não usando em vão as tuas armas. Não se apegar a nada que o faça sofrer. Seguir os princípios do Santo Evangelho e de suas revelações, ficando-se nas comunicações reveladas. Não causar ansiedade para os outros, pelas ações de teu corpo, pelos pensamentos de tua mente ou por tuas palavras!” (Tia Neiva, 17.5.78)


  • O teu padrão, meu querido Adjunto, é o princípio e o fim de tua obra, de tua missão! Entenda, filho, que havendo à tua frente três hierarquias, três raios de forças desiguais, tu só as manipulas pelo teu sábio comportamento, isto é, as forças vêm ou chegam cruas para serem preparadas e distintamente manipuladas.”  (Tia Neiva - Lei do Adjunto, 17.5.78)


  •  “Observas bem o que fazer do tempo, do teu tempo, do teu sacerdócio e da tua missão. Nele procures impregnar  todo o teu amor, o que puderes da perfeição de tua conduta, emitindo e comunicando a Doutrina que te foi confiada, para não perderes qualquer afeto na fronteira da Morte! O Sol que brilha, a nuvem que passa, o vento da despedida, o luar que alimenta com o perfume da dor. Aproveite, filho, estes momentos de tranqüilidade que a Terra, com toda a sua riqueza, ainda vai cobrar aos que não aproveitaram seus frutos(...) Novamente se levanta o Homem! Eletrônica, conquista de novas terras, de novos mares... Então, a força magnética é como a rama percorrendo nas raízes, levantando seres, ultrapassando o neutrom, queimando a Terra, destruindo a verde rama e o Homem. Deus se esvai, deixando-se ser imortal. Sim, filho, aquele que segue somente o caminho da devoção, faz com ele um círculo vicioso, até se impregnar pela superstição. Há muitas naturezas neste mundo, como há muitas riquezas no Céu!” (Tia Neiva, 12.12.78)


  • “Ouve a voz que te rege no cumprimento desta missão, deste Terceiro Sétimo, porque, filho, o teu sacerdócio exige que sejas o talismã da vida, o medianeiro de todas as forças. Filho querido, não deves temer as grandes revelações, os abismos que vão se abrir, descortinando seres que, arremessados pela sua força, se extrairão da terra em busca de amor. Verás, filho, lindos fluxos de luz que, também, extraídos de tua energia, virão trazer-te a cura para a tua evolução. Somente com a conduta moral doutrinária, do teu sol interior poderás emitir todo o bem na luz deste Amanhecer. Felicidades, filho, neste Terceiro Sétimo. Filho Jaguar, das minhas esperanças! Roga a Deus o teu Pai Seta Branca, em Cristo Jesus! (Pai Seta Branca, 29.12.78)


  • “Eu não peço disciplina, porém, harmonia e dedicação do Espírito Espartano, que sabe marchar para a Vida e para a Morte com o mesmo esclarecimento do espírito da Verdade. Sim, filho, um trabalho bem dirigido na individualidade de uma conduta doutrinária. nos dá a certeza do fenômeno da cura ou do progresso material na individualidade e na vida física. O chakra da Vida exige o equilíbrio da matéria. Sendo assim, nossos Mentores se preocupam com nossas profissões e negócios, na medida do possível.” (Tia Neiva, 28.3.79)


  • “E para que possamos condenar sem precipitação, o teu comportamento é o único sentimento a ser julgado. Você, filho Jaguar, RAIO LUNAR, é a própria revelação. Sim, muitas vezes, um aparelho em sua conduta moral agasalha um espírito das Trevas, dando-lhe a oportunidade de ser gente, isto é segurando suas terríveis e pesadas vibrações e, com amor, o deixa falar ou promover um diálogo com o Doutrinador. Filho, muitas vezes, eu, tua mãe clarividente, vejo muitas oportunidades perdidas: um feroz exu que, por falta de um diálogo, poderia voltar para Deus. No entanto, só diz heresias por falta do bom comportamento do sensitivo. Filho, todos nós precisamos de carinho e, eles, apesar do seu endurecimento, são carentes de amor. Eis a razão do Doutrinador, em Cristo Jesus, sabendo conduzir o anjo e o demônio em sua conduta doutrinária. É assim, filho, um aparelho sensitivo espiritual pelo qual as forças extrasensoriais se manifestam. Por conseguinte, você é o próprio poder da Justiça, se engrandece ou se condena. Sim, a consciência fecha o ciclo evolutivo da força psíquica sensitiva. Então, filho, com um pouco de reflexo poderá concluir as mensagens e se souber colocar esta candeia viva nos mais tristes recantos da dor, mais uma vez poderá aliviar e esclarecer os incompreendidos.” (Tia Neiva, 8.4.79)


  • “É muito sério nossa conduta doutrinária no Templo. Muitas vezes buscamos a caridade dos espíritos e os magoamos antes, não lhes dando tempo para reajustar-se em nós, por falta de nossa conduta doutrinária!” (Tia Neiva, s/d)


  • “Ser honesto, em todos os sentidos. Não se esqueça de que, por mais escondido que esteja, sua sombra poderá ser vista. Eis porque, meu filho, as dificuldades do Homem quando precisa caminhar, mesmo sendo por curtas passagens, pelas sombras!”  (Tia Neiva, 24.5.80)


    • “Visando o Vale do Amanhecer, tenho um sério compromisso de não aceitar, absolutamente, homens ou mulheres de shorts na rua ou em lugares iniciáticos. Considero o nosso Vale do Amanhecer um recanto iniciático. Um jovem indo para o seu esporte... mas que não entre no Templo. Compreendo, porém não queira teimar comigo. Talvez, fisicamente, não irei importuná-los, porém não ficará bom. Não falo em conduta doutrinária. Falo da impressão que nos causa uma mulher missionária ou um mestre em trajes não condizentes com a Doutrina.” (Tia Neiva, Circular n.º 2/83, de 14.1.83)




  • “É preciso saber que aqui temos um roteiro de nossas vidas. Filhos, ensinei a vocês o conhecimento que temos de uma bagagem quando em nossas passagens aqui na Terra, bagagem esta que não lhes dá o direito de errar em seus caminhos espirituais. Sinto dizer a vocês que não é tão fácil  uma conduta doutrinária sem erros. Sempre lhes falei que a conduta doutrinária é o caminho para a sua Hierarquia Transcendental!” (Tia Neiva, 17.5.84)


  • “Na força absoluta deste Universo há lírios que se decantam em cada canto e, como se ouvissem Deus, num amor absoluto, desabrocham e começam a vibrar, alimentando os olhares, curando na Impregnação de seu lugar. O seu aroma se esvai aos demais e a brancura, no verde lodo, o faz mais perfeito, mais lindo, chegando, mesmo, a quem o colhe se perfumar. E o lodo é deixado, porque nele outros lírios nascerão!... Por que não faz o Homem como o lírio, simplificando a vida, amando e se fazendo saudade por onde passa? Sim, meus filhos, pois as dificuldades da vida não são pelas intempéries do tempo, nem  tão pouco pelos amores que se avizinham. Não são pelos nossos conflitos, e, sim, pela vã tolerância, pela incapacidade de poder assimilar a diferença entre o Bem e o Mal; a falta de consideração em não se encontrar consigo mesmo; saber com quem deverá viver, como viver; enfim, ser honesto consigo mesmo para clarear a sua estrada sem se debater, incomodando os demais, fazendo dos seus familiares um rosário de dor!” (Tia Neiva, Mensagem Aluxã - Amanhecer em Pirapora, s/d)


  • “O Adjunto tem por obrigação registrar em sua Lei um Retiro, que seja evangelizado e comandado por ele mesmo, pelo menos uma vez por mês, razão pela qual um Adjunto é um médium perfeito. Para ser perfeito, é preciso conhecer a Lei do Auxílio em todos os ângulos, pois o mestre que não comanda o seu Retiro perde a seqüência de sua sintonia direta. O mestre não pode se ausentar das constantes sintonias diversas, como também, sendo um Adjunto, torna-se um mau exemplo para um componente. O Adjunto tem que ser completo em todos os setores. Apesar de suas obrigações nos trabalhos, deve escolher um dia para realizar o seu Retiro. Filhos, hierarquia foi do que avisei! Somente o Adjunto pode remover seus mestres e promover eventos, ou, sabe Deus, o que lhe convém. Em iminência de fatos contrários à Doutrina, princípios sociais do Templo ou na conduta doutrinária, os Trinos Presidentes estão autorizados por mim, na figura de Koatay 108, a impedir ou mudar uma ordem de um mestre Adjunto.” (Tia Neiva, s/d)



 



TRECHOS DE MENSAGENS DE PAI SETA BRANCA



 




  • O Homem que tenta fugir de sua meta cármica ou juras transcendentais, será devorado ou se perderá, como pássaro que tenta voar na escuridão da noite!... (31.12.71)


  • Imantrai, filhos, com o vosso trabalho, essa faixa que atravessais no peito. É a candeia viva e resplandecente nos caminhos que tereis de percorrer. Cuidai do vosso padrão vibratório, porque de vossas bocas sairão mantras luminosos, curadores, como ondas sonoras para alcançar a dor. (31.12.73)


  • Não vos apresseis e também não vos abateis por rumores! Somente do Céu ouvireis. Era de amor e respeito, do Homem que ama o Anjo e, com a mesma intensidade, o Demônio, sabendo distinguir as duas forças... Filhos do Amanhecer, que já atravessastes a pesada coroa de espinho e a glória dos mártires! Levantai e edificai, pois vosso planeta exigiu a volta do Jaguar. Desenvolvei as vossas mentes e rebrilhai a ciência dos Tumuchys! O mundo, de vós outros, espera o jugo final. Cuidado, filhos: não vos precipiteis com os primeiros sinais no Céu, nem com as trevas que surgirão nos horizontes, nem com as águas que subirão em vosso redor, porque sois filhos do Sol e da Lua e, portanto, nada devereis temer. (31.12.74)


  • Jaguares do Amanhecer, filhos queridos do meu coração! Alertai-vos para não cairdes no padrão dos demais. As leis físicas que vos chamam à razão são as mesmas que vos conduzem a Deus. Nunca vos isentais de culpa: aceitai-a nos vossos destinos cármicos. Sempre vos disse que a dor não vem do Céu e, sim, das vossas próprias falhas! (31.12.75)


  • Cuidado com as grandes filas que avançam, dizendo estar em busca de Deus, pois o Homem, em sua maioria, busca somente sua segurança individual. O Homem que tem um haver piedoso não é como vós outros, que trabalham para distribuir. Se vos pedirem, dai-lhes ouro e dai-lhes prata, porém, de vós, nenhum fio de cabelo de vossa cabeça, pois jamais alguém poderá contaminar-se por vós! Quero dizer, com estas palavras: comunicar sem participar! (31.12.76)


  • Nada exigirei deste vosso sacerdócio! Porém, vos prometo tudo no cumprimento desta missão. Não esqueçais que, há dois mil anos, fostes por Deus preparados na Ciência e na Fé. Cuidado! A Fé sem a Ciência é o perigo iminente do espírito empreendedor nesta era atual, enigma intraduzível do Homem piedoso, inseguro, que, distante da crença, é lançado à Velha Estrada, destruindo sua personalidade, renunciando às conquistas e permanecendo em suas crenças. Perde-se na busca real do caminho e vai se distanciando de suas origens e de seus mundos colonizados.  Sim, meus filhos, não vos lamenteis, não sofreis por tão efêmeras passagens! Jesus protege vossos passos, não temais. (31.12.77)


  • Somente com tua conduta moral e doutrinária o teu Sol Interior poderá emitir todo o Bem, na luz deste Amanhecer... Tua missão, teu sacerdócio, exige tudo que te disse acima e o que ainda não é tempo de dizer! Todo o amor nesta marcha, neste Novo Amanhecer, em que tudo depende de te conheceres a ti mesmo, para melhor emitires a humildade, a tolerância e o amor, que é a lei da tua regência. Todo o Universo ouve o teu sagrado juramento, que fizestes com as seguintes palavras: “Oh, Senhor, fira-me quando o meu pensamento se afastar de Ti!” E mais, ao tomar o cálice: “Este é o teu sangue, que jamais deixará de correr em todo o meu ser... Ninguém, jamais, poderá contaminar-se por mim!” De Deus, terás tudo por estas palavras. (31.12.78)


  • Fostes e sereis sujeitos às reações das Leis, porque as vossas mãos e os vossos pés estão ligados às forças de vossos destinos cármicos, até que chegue o El Dorado, ao rigor das três forças que dominarão, com a Ciência, os três Cavaleiros do Apocalipse. El Dorado é a configuração de Mestre Sol, Mestre Lua e Ninfas... Equitumans... Esparta... Jaguar! (31.12.79)


  • Sim, por Deus, toda a tua família receberá a proteção da tua conduta doutrinária! (31.12.80)


  • União com vossos familiares e com vossos irmãos, porque a divisão traz muitas lágrimas para os vossos olhos e a conduta faz parte de um missionário. Sem a conduta, não saberão como caminhar! (...) Eu, vosso Pai, investi muito em vocês. Agora, estou a exigir a vossa conduta, para que haja êxito na vossa missão, graças a Deus! (31.12.94)


  • Filhos, a Nova Era chegou! Os fenômenos que já foram previstos começarão a acontecer. Tenham seus padrões vibratórios elevados, na sintonia de Jesus. Graças a Deus, filhos do meu coração, só lhes peço isto: tenham conduta doutrinária! Tenham muito amor, o amor incondicional, em seus corações. Tenham a tolerância e a humildade para ajudar aqueles que vierem até vocês. Nunca se esqueçam que estarei ao lado de cada um de vocês! Meus filhos, se mantenham harmonizados, se mantenham dentro da conduta.(...) A Nova Era chegou! Em tudo aquilo que vocês vêm sendo preparados, há mais de vinte anos no mestrado, agora irão trabalhar e manipular. Lembrem que tudo é muito fácil com amor, humildade, tolerância e com a conduta doutrinária. (31.12.97)



 



 



 



DA LIBERDADE 









Quando menino, lá em Santíssimo ainda, na velha casa da Estrada da Posse, onde talvez um dia eu tenha sido feliz, vivendo naquele grande quintal entre pés de fruta-de-conde, embora eu não gostasse; desfrutando a companhia do meu Cão policial Leão, ganhei de presente de um Português que usava nosso telefone um passarinho pintassilgo, se não me engano. Branquinho, de crina vermelha e preta. Nervoso à menor proximidade. Eu fica sentido-me rejeitado toda vez que ia tratá-lo e ele se mostrava indócil. Até que um dia, num lapso de distração, o pintassilgo voou com uma velocidade espantosa para sua liberdade, deixando-me ao mesmo tempo constrangido e aliviado. Creio que foi a primeira lição de liberdade que tomei, vinda de um pássaro. 



18/07/2001



O BRASILEIRO E O LIVRO / Marcelino Rodriguez



 



Dentre tantas as constatações que já fiz sobre a deficiência da educação no Brasil, a mais dramática é que o brasileiro não tem noção alguma da essência do livro. Ele sabe apenas que o livro é um objeto. Ele não vê o livro como uma parte do espírito da vida, e uma das mais importantes, sem dúvida. 



O homem sem conhecimento e sem uma mínima cultura sabe pouco, ´pensa pouco, produz pouco e desperdiça muito. O livro na verdade é a escova de dente do espírito, se me permitem a metáfora inusitada. Como escritor, evidente que essa ignorância consentida e essa indiferença em relação ao livro, dói mais. Pude sentir na pele o desconhecimento da importância do livro por parte da população.



Para o brasileiro médio, um livro não é algo diferente de um artesanato de madeira ou que um porta CD. È apenas um objeto sem substância viva  de vida, para ele. Algo descartável.  Quem conhece pouco, valoriza pouco.  O que está contido nos livros não são apenas palavras, mas espírito. O que deve ser feito para se mudar essa cegueira absurda, que muito me estranha que mesmo muitos intelectuais não tocam  no assunto?  



Em primeiro lugar, denunciar o crime. O país é um dos mais atrasados do mundo no quesito leitura, que bem poderia passar a ser uma matéria escolar. Por que não? Se isso é barato e necessário? Com investimento na leitura na base educacional garanto que em duas décadas a economia do país e a qualidade de vida vão melhorar em no mínimo, trinta por cento. Teremos uma gente mais qualificada, com senso crítico, consciência, imaginação, maior empatia humana, mais responsabilidade e menos preguiça mental. 



Com uma população nutrida de livros, a vida aqui deixará de ser uma mera luta pela sobrevivência para passar a ser alguma coisa mais interessante para todos. Como dizia tantos sábios, só há um bem, o conhecimento; só há um mal, a ignorância. Uma população que não lê é uma população de ignorantes.    



 



 



UMA NOVELA, UMA LÁGRIMA





--- " Eu chorei muito quando a Sara foi embora. Eu sei toda dor que você sentiu ali."



A frase foi me dita assim, sem preambulos, enquanto eu saia de um hotel numa das cidades que passei, promovendo a pequena edição de "O Tigre De Deus Em Seu Jardim".



Ela havia ganho de presente de seu namorado um exemplar, que autografei depois de falar que o livro buscava resgatar uma beleza que ficou de um romance muito atribulado. Consegui, a longas, esgotar a pequena edição.

Sara é a personagem principal. Até hoje, ao ler por acaso seu nome verdadeiro, estremeço com a lembrança.

A frase dita assim, de repente, deixou-me surpreso até que eu atinasse o que era. Eu já estava pensando no próximo porto.

Essa é uma amostra de pequenas alegrias literárias que consola séculos de aridez do meu caminho entre a margem e a fama.

O mérito, porém, desse pequeno acontecido na porta do hotal deve-se a leitora, que ainda convidou-me a assistir em sua casa a novena do espírito santo e aquilo deu-me uma paz incrível. Fiquei-lhe grata e logo já estava, cigano das letras, de viagem.

Precisamos de muita oração, nós escritores, para lidar em um mundo que parece nos excluir, tirando tudo que é tradicional e belo da espécie humana do mundo da publicidade. Isso, para quem sabe um mínimo de sociologia, chegou a um nível que se não for corrigido a tempo, não será bom o futuro da raça humana. Será, salvo milagre, o fim da civilização sensível e inteligente.

Essa pequena anotação é para prestar uma homenagem a minha leitora solidária e pedi perdão pela lágrima que minha novela lhe fez derramar. Embora essas emoções sejam tão humanas, demasiado humanas.

 



Um País a ser Descoberto Marcelino Rodriguez – Café Brasil



Tempos atrás eu tinha um amigo pernanbucano bastante viajado. Engenheiro, vivera na França, inclusive. Ele costumava parar e ficar filosofando ao ver os populares que fazem performace e pregam o apocalipse na praça do Largo da Carioca. — “Olha ai, meu rapaz. Aqui tem de tudo: profetas, saltibancos. O país está em plena Idade Média, a espera de ser descoberto. Não tem ferrovias, não tem transporte marítimo. Não tem nada. Tudo ai estar por ser feito.” E vejo que ele, do alto de sua experiência de viajante, tinha toda razão. Se não se criar cérebros pensantes e criativos para o futuro, não se terá nunca uma infra-estrutura desenvolvida. Será sempre os banheiros fechados aos cidadãos, a porta na cara, o salve-se quem puder, pois não haverá quem construa pontes humanas. Será sempre o custo de vida mais alto possível, o máximo lucro junto com o máximo desconforto e insegurança. Será sempre essa coisa melancólica e ingênua, desperdiçando tempo, espaço, capital, talentos e vida. Sim, por falta de mentes com ideias e de uma coletividade mais esclarecida, da arquitetura do transporte ao esporte e da total desorganização social vemos o que dá a “estética” da ignorância consentida. Estava certo meu amigo. O País foi visto, demarcado, mas não necessariamente descoberto. Um país é feito de gente e inteligência. A gente já está ai. Falta investir em inteligência.





 SOL DA MEIA NOITE

 



Marcelino Rodriguez

 



 



Os meus já se foram. Os que ficaram não são meus porque se traíram. No momento que escrevo isso, faltam exatos sete minutos para a meia-noite. O silêncio tece para mim a sua teia; acolho-o. Hoje pela manhã eu via extasiado num misto de melancolia com uma misteriosa saudade um slide sobre a Noruega. Montanhas e rios formando junto com as construções humanas um poema perfeito. Casas coloridas e opulentas. Fiquei imaginando "que povo organizado esse" e entristeci. E fiquei com a metáfora do sol da meia noite na alma. Aqui a "justiça" está em greve há mais de um mês, ou quem sabe a quinhentos anos. A justiça não tem ao que parece compromisso com o povo. Não imagino aqueles funcionários que abandonaram a população que paga seus impostos reivindincando nada mais que não sejam seus interesses. A miséria de toda ordem cresceu no Brasil. Estamos ilhados, solitários, fragmentados. Dentro de mim o pêndulo oscila entre o desespero e a esperança. Viver também é construir coisas coletivamente, gozar a convivência. Lá no fundo da alma eu tenho saudades da ordem e da felicidade. Acho estranho essa falta de comunicação, de afeto e a agressividade das gentes. O brasileiro na maior parte ainda não aprendeu a apreciar a vida, nem as pessoas. Passei um dia planejando um programa de engenharia humana para esse país. Dará certo? Não sei. Lançarei a semente. Talvez esteja condenado a plantar, também para salvar-me um sentido. São agora meia noite e dezesseis. Sinto-me como um farol perdido no meio do mar. Ou a torre de uma igreja extinta no deserto. Ou talvez quem saiba seja eu o sol da meia noite da cor de um crepúsculo velando sobre o país adormecido. 



 O HOMEM ROMÂNTICO



Réquiem por Taiguara





O homem romântico, em geral, não é compreendido pelas demais pessoas do mundo. Parece ingênuo, mesmo tolo. Vou basear-me, para tentar caracterizar o Homem Romântico, em Taiguara, incompreendido já na sua época; houve mesmo quem o achasse melodramático pela canção “Hoje”, que me parece extremamente atual.



“Hoje, homens da aço esperam da ciência

Eu desespero e abraço a tua ausência.../

Eu não queria a juventude assim perdida

Eu não querida andar morrendo pela vida”



(Hoje)





Só que o homem romântico é um tipo superior de homem. Por favor, entendam que nào me refiro à um fenomeno literário apenas, que, no nosso caso específico, foi o que sofreram os chamados poetas do “mal do século”, que foi um caso datado, sem querer desmerecê-los. Falo do romântico atemporal, o próprio arquétipo do cavaleiro valente, do homem honrado e ético.



“Sorriso bom, só de dentro

Ninguém é bom sendo o que não é

Pra ser feliz com mentira

Melhor que eu chore com fé”



(Piano e Viola)





Além de uma visceral autenticidade, o que mais poderia caracterizar o Homem Romântico? Colin Wilson, em prefácio à um livro de H. P. Lovecraft, conta a seguinte história, para diferenciar o Homem Romântico do homem prático.

Um navio vai em alto mar, em viagem tediosa, carregando toda uma tripulação condenada, apenas, numa viagem sem fim, a descascar batatas. De repente, toda tripulação começa a ouvir um canto misterioso, vindo das profundezas do oceano. Os homens práticos, desconfiados de que aquilo poderia ser um delírio perigoso, voltam as costas aquele canto e seguem, na viagem intérmina, descascando suas batatas. Os homens românticos, presumindo que aquele som mavioso poderia ser o canto das sereias, mergulham fundo no oceano, abandonando o navio, partindo em busca do maravilhoso, do desconhecido.

O homem romântico é um aventureiro, mas não um irresponsável. O amor é sua prioridade máxima na vida; não o amor apenas por uma mulher, mas pelas causas artísticas, sociais, políticas; na verdade, ele está empenhado em concretizar uma utopia qualquer. O Homem romântico, ao contrário dos práticos, não é unm comerciante, é um comunitário. Preocupa-se, responsabiliza-se, não compete; alegra-se em praticar a solidariedade, não para receber aplausos. Praticar o bem é uma guerra particular dele, tanto como sua alegria. O reconhecimento que espera são as amizades que conquista, o sorriso de uma criança ou a paz profunda, a sensação do dever cumprido. É claro que sofre decepções, tristezas profundas, mas ninguém se lhes iguala em entusiasmo.



“Eu desisto, não existe

Essa manhã que eu perseguia

Um lugar que me dê trégua ou que sorria

E uma gente que não viva só pra si”



(Universo Do Teu Corpo)



‘Vai, não espere venha a vida em suas mãos

Faz em fera a flor ferida e vai lutar

Pro amor voltar/

E o mundo inteiro vai ser teu”





(VIAGEM)







Por apoiar-se em valores reais, a força do romântico é incomensurável. Por ser sincero, faz amigos com facilidade; por ser amoroso, conquista o amor do povo; por ser confiável, conquista a rpoteção dos poderosos. Como o amor e a generosidade são o seu lema, pois ignora preconceitos, o homem romântico vive em qualquer lugar como se fosse sua casa.



“Hoje a minha pele já

Já não tem cor

Vivo a minha vida

Seja onde for”





(O Sonho Não Acabou)



Fernando Pessoa dizia que é preciso ser prático para ser gerente de uma fábrica de tachinhas, mas é preciso ser romântico para criar um mundo. Entendam que quando falo “prático”, não me refiro ao estereotipo fácil. Eu sei que pensar dá trabalho, mas é preciso. É possível realizar-se utopias. O romântico é um sonhador, não um deslumbrado. Não creio que Taiguara, o romântico da vez, haja tido maiores problemas com suas contas.

Romântico é aquele que aceita suas visões, seus sentimentos. É aquele que aje por paixão, nào a paixão que escraviza, mas a que liberta. Nào teme a loucura, pois sabe que quem quiser fazer-se de sábio neste mundo, tem que fazer-se de louco. O homem rom6antico sofre de uma curiosidade insaciável; quer saber de tudo, lê de tudo, acumula sabedoria das mais variadas fontes. Uma vez perguntaram a Chopin, ao vê-lo com uma pilha de livros sobre vários assuntos, se ele não tinha medo de enlouquecer. A resposta?

- “Bem, se eu não ficar louco, serei um gênio.”



E a mulher, que papel desempenha para o homem romântico? O fim último desta vida terrena, sua conquista máxima. O refúgio da sua solidão, o seu consolo no desencanto. Alguém que ele ama e protege como a sua Igreja; o amor é a religião do romântico. Cavaleiro, homem algum pode tratar melhor uma mulher; fraterno, ninguém pode ser melhor companhia. O próprio mundo feminino justifica-se pelo homem romântico, que o honra e protege.



‘”Nessa rede ela prendeu

Minha dor civil, minha solidão

Nessa rede eu vi nascer

Minha liberdade”



(Maria do Futuro)









“Vem que eu digo

Que estou morto

Pra esse triste mundo antigo

Que meu corpo, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos”



(Universo Do teu Corpo)





E agora, enfim, diante da realidade, que é a de que a humanidade nào é exemplo de bondade para fera alguma, que o número de egoístas e insensíveis é infinitamente maior e que, nos tempos que correm, apequenam-se cada vez mais, vítimas da peste emocional a que William Reich já alertara, como pode subsistir o homem romântico? Qual o segredo da sua sobrevivência? Simples: a grandeza de sua própria alma. O homem romântico vive no seu próprio mundo. Apenas passa por este, deixando algumas flores do seu ideal maior, que seria a realização plena de sua humanidade. Mas ele é muito roubado pelo caminho, em termos de criação. Sofre uma solidão insuspeitada, pois tem olhos de águia. Vê e presente coisas que passam despercebidas ao outros. De modo que ele morre, quando não completamente desiludido, satisfeito, por saber que a morte pode ser uma nova utopia, uma nova aventura, ainda que a do descanso eterno.

Certa vez, no programa Sem Censura, a apresentadora perguntou a Taiguara porque ele havia deixado o país. Com um sorriso enigmático, grandeza de menino, ele responde:

- “Não posso viver num país que não compartilha das minhas idéias.

E, ali, pude compreender o quanto um homem pode ser grande e, um país, pequeno. 



A ESPIRITUALIDADE CRISTÃ



Marcelino Rodriguez





Uma vez li uma coisa muito bonita e muito singela numa biografia do Roberto Carlos. Ele dizia que "não acha certo as pessoas colocarem dúvidas com relação a Deus". Também me incomoda a superficialidade com que se tratam dessas coisas, principalmente as pessoas com "pendores intelectuais". Sentem-se superiores a Deus. Perdôo ateísmo até os vinte e poucos anos, depois disso é bobagem. Não perco tempo com quem não percebeu a única coisa óbvia: Deus. Aliás, tem gente que pensa que a igreja se resume a missa aos domingos ou a um padre falando sermões. A Tradição Cristã tem várias práticas de espiritualidade a serem aplicadas no cotidiano e na transformação da Vida. A reza do terço, a contemplação dos mistérios, a meditação sobre as passagens da Biblía, o jejum, tudo isso são práticas que acompanham a espiritualidade católica, vamos dizer assim. Ando pesquisando sobre a mística Cristã tem algum tempo: Santa Tereza Davila, os Padres do Deserto, toda essa vertente da prática espiritual e não apenas da formalidade da Igreja. Acho que meu esforço ainda que mínimo deveria ser seguido. Trazer o Deus de amor, de silêncio e de caridade mais para nosso cotidiano. O ser humano que não tem Deus como fato é um problema social

de proporções imprevisíveis. Ainda que no deserto, quero estar com Deus, ainda que a propaganda o dê como morto ou exótico. Um terço custa poucos centavos. Dá uma paz tremenda. Mas o maior pecado humano sempre foi a falta de imaginação. 


 



UM ÉPICO DO CAJU AO RECREIO



A cena não me sai da memória, como se eu

estivesse participando de um filme épico,

percorrendo lugares ermos, buscando um sinal que

lembrasse-me a civilização.

Era como se eu estivesse nos países mais pobres da

Africa ou da Asia. Mais estava no Brasil,

numa viagem de ônibus que vai do Caju

ao Recreio dos bandeirantes,

via Avenida Brasil.

O trajeto abunda em outtdoors, indústrias,

comércios variados, favelas, muita pobreza no ar,

o que já deprime.

Mais um fato que chamou-me a atenção sobremaneira

foi que

até chegar-se ao Barra Shopping, em mais de hora

de viagem, olhando pela janela do ônibus,

tentando entender aquelas paisagens amorfas,

não se avista uma livraria sequer.

Fiquei pensando na violência, nas relações

genéricas

de um país continental que não cultua

livros como gênero de primeira necessidade.

Como se relaciona a população sem leitura?

Como pensar um povo sem cultura?

Que futuro pode haver?

descobri a pólvora nesse dia:

falta cultura de livros no Brasil.

Ou seja, o livro precisa ser descoberto.

A população simplesmente não sabe que através

do conhecimento poderia sanar parte de seus

problemas. Não se relaciona livro com poder

e dinheiro,

curioso... Assim que a informação

passou a ser meramente decorativa,

com "bacharéis" sem literatura,

daí a péssima qualidade do funcionalismo

e das trocas sociais em geral,

incluindo um comércio cego e imediatista,

religiões pitorescas,

e a vida vazia do faz de conta do vídeo,

com indivíduos abaixo da crítica, doentes.

Monteiro lobato ,

"descobridor do petróleo no país",

provavelmente com senso livresco,

dizia que um país se faz com Homens e livros.

Eu diria que os homens se fazem com livros

ou valores, pois são essas qualidades que

alçam a humanidade acima do reino animal.

Mais livros e se teria mais disciplina,

menos violência, se gastaria menos em drogas

e jogos, diminuiria a gravidez prolixa de pobres e

adolescentes.

Livro ensinaria a lei da consequência

e a descoberta do outro.

O livro é uma ponte entre o humano e o divino.

Ou será que se pode pensar a humanidade

sem livros? Eu diria até que certos homens

são dispensáveis; livros, não.

Aqui está a pólvora do mal brasileiro:

pensa-se ser possível chegar a algum lugar

sem informação.

Onde fica esse lugar mesmo?

Aliás, o que é lugar?

Quem quiser descobrir um país ( ou inventá-lo )

tem que começar pelos livros.

A falta de cultura é que engendra todos os males

no país da minha mãe.





04/05/2005 


DEUS ESTÁ NO OUTRO



Marcelino Rodriguez







A maior armadilha e maior cegueira que pesa sobre a humanidade é o egocentrismo, a ilusão do eu e a vaidade pessoal. Don Giussani, padre genial do catolicismo e fundador do movimento comunhão e libertação pregou isso e estabeleceu um novo carisma na Igreja Católica. Só existimos em interação. Nenhum homem é uma ilha. São verdades que todos nós sabemos, mas pouco praticamos. Vivemos como nunca talvez na história humana os valores cegos do sexismo e do individualismo, numa sociedade descartável e fria. No entato, se nos perguntarmos “o que estou fazendo aqui”? Ou “como posso resolver minha situação”? Vamos sempre perceber que sozinhos, nada podemos. Seja profissionalmente, seja afetivamente, seja socialmente todo sonho nosso de encontro vai estar no outro, que é como Deus pode revelar-se de maneira mais inteligível, através do próximo. Então, por que não orientarmos os padrões afetivos para dar o melhor de si ao outro? Quem quer que tenha Deus honestamente em sua vida, que já possua uma vida interior, que é a verdadeira vida, uma vez que quando queremos buscar nos outros apenas aspectos exteriores e vantagens materiais não os vemos mesmo na sua singularidade e valores humanos, fazendo com o próximo apenas “contratos físicos” perdemos sem dúvida o mais precioso, a “essência”. Quando Cristo disse “Onde dois ou mais estiverem em meu nome” ali estarei, ele quis dizer estarem juntos não exteriormente apenas, mas em sentimentos, em respeito, em amor e reverência pelo encontro. A maioria das pessoas que sofrem de depressão são pessoas egoístas, que nada querem dar de si. Nunca ouvimos dizer que uma pessoa que dedique sua vida em prol de seus semelhantes estivesse deprimida. Se Deus está no outro, que é onde vem a revelação da nossa vida e destino, porque tanto egoísmo? Tanta cegueira? Muito simples, ignorância. Quanto mais egoísmo, mais vaidade, mais ignorância. E quem vê seu próximo apenas como coadjuvante de sua vida, perde a grande oportunidade do encontro. Egoísmos não se enxergam, nem se relacionam,apenas se esbarram. Somente quando abrimos mão do egoísmo primitivo e vemos o outro em sua singularidade humana, deixamos de ser egos cegos e passamos a ser indivíduos.



 

 


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