Nossos olhos colados um n’outro, seu braço, em ângulo de 45 graus leva sua mão quase que em transe hipnótico a minha face cheia de barba mas infantilmente imberbe, meus lábios desconexos esboçam de remate um sorriso embrionário da gargalhada, nossos olhos vêem além da matéria ocular, do calcanhar de Aquiles sobre de súbito um último sono frio de arrepio brilhante a minha nuca onde, sua outra mão, num ângulo agora de 60 graus junta milhares de fios de cabelo e me leva direto a sua boca já aberta, onde me lambe até meu último molar...passam-se os tempos.
Novamente, com olhos barrocos nos olhamos além da matéria, tento falar mas com seu dedo indicador você me cala como se deve fazer a quem fala em horas inaudíveis, e seus lábios que brilham o requinte da perfeição sussurra em tom leve, quase que em pudico gozo eterno: EU TE AMO!, como que se flutuássemos no hálito “do terceiro minuto da aurora” que em á poucos segundos veio nos visitar e nos deixou em êxtase pleno, num torpor intato de amor total.
Em meus braços, que só possui força diante da leveza, te carrego, e nos 25 passos até o quarto digo-lhe 12 vezes que te amo, e vejo de ti desprender um lindo sorriso calmo simples sincero, ponho-te no chão como a uma peça de porcelana chinesa, fico levemente mais alto que seus olhos, mas me ajoelho diante de ti, ficando frente a frente com seu ventre em pêssego, beijo-lhe quase que sem encostar meus lábios, vendo desprender de sua pele imaculada o prurido despontar de sua penugem, e olho a ti, desde lá de baixo, minha suntuosa rainha: _hoje te amarei mais que minha vida!!!
Thiago Schneider Herrera
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