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Poesias-->RECITA NO BAR NÓS & ELIS - 1-2-3 -- 20/10/2012 - 14:55 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


RECITAL DE POEMAS NO "NÓS & E ELIS" 1-2-3



 








Francisco Miguel de Moura (Chico Miguel)*




RECITAL DE POEMA NO NÓS E ELIS"


 


 Para o amigo Ozildo Barros


    (Poema de Chico Miguel, recitado pelo próprio autor,


     no famoso bar “Nós & Élis”, logo que soube que o lixo atômico


     viria a ser despejado nalgum lugar do Piauí) 







RÉCITA  – 1


 


Lixo atômico!


Ai, minha terra Francisco Santos!...


                                           Picos!...


Em vez de plantar mandioca


Vai plantar o câncer.


Ai dos meus rios,


Ai das minhas fontes,


            Pontes


     Lençóis freáticos!


O país do não come,


O país do não veste,


O país do não ouve,


O país do não chove,


- Piauí, triste/teste/toste.


Vamos receber o lixo do luxo,


Vamos receber o câncer dos ossos,


Vamos receber o câncer dos olhos,


Dente por dente, por dentro, olho por olho.


 


Meu grito contra o lixo atômico


É um grito histriônico:


- À merda, bomba! – Todas as bombas!


         


 RÉCITA – 2


 


Não se pode mais plantar


                              batatas


Nas chapadas de Francisco Santos.


Não se pode! Não se pode!


Lá vão depositar o lixo dos “estranjas”...


No Piauí, não se pode, não se pode!


 


Ai, pátria do “não chove”,


Não come,


Não dorme.


Aí vem a bomba e sua carga


Amarga!


Molhemos nossos olhos, olhemos


Nossos próprios ossos.


Ai das nossas águas rio arriba,


                                 rio abaixo!..


Ai, Parnaíba, “velho monge”


Das nossas terras!


Ai do nosso sangue! Doi.


Morrendo nos veios, nos vales, nas chapadas,


Não se pode mais plantar mandioca,


Não se pode mais plantar mais nada.


                                      Nem poesia.


Ai, não se pode, não se pode, não se pode!


 


                              Therezina,  23.10.1986


 


RÉCITA – 3


 


 


Lixo atô-mico!


Luxo atômico para são paulo!


                                        r i o


                        brás     íl     ia...


Lixo para o Piauí,


Lixo, bicho!


Gente do Piauí come lixo


                        o  pobre,


                           opóbrio!


                        o burguês.


Não esse lixo-luxo-energia


                des-man-te-la-da.


Fora o lixo atômico,


fora toda a lixívia!


 


Quem não sabe que o bicho e o homem


                                             não comem?


 


FORA, POLÍTICOS E CIENTISTAS


QUE SÓ ENTENDEM DO ATÔMO,


MAS NADA DO HOMEM!


                      


NEM do ab(do)mem.


 


____________________                      


 


* Francisco Miguel de Moura nas noites em outubro, andava com o também poeta Ozildo Barros e baixavam no bar "Nós & Elis", Teresina, para conversar, recitar e revolucionar o tempo e o ambiente.


 
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