Conheci uma cavera
Que à noite eu encontrei.
Tinha os cabelos longos,
Os óios oblongos...
E eu me apaixonei
Namorei essa cavera,
Por ela fiquei maluco!
Ao beijá o seu pescosso,
Senti gosto de osso
E era de osso buco...
Osso buco é pra sopa...
“Sopa” me deu a cavera...
Belisquei sua costela
E senti que ela
Penso uma bestera...
O negócio fico bão,
Mas o dia amanheceu;
Acordei dessa locura
Numa sepurtura
E o amô morreu.
Disse adeus pra namorada.
Ela num quis cumprrendê...
Suplicô que eu ficasse,
Que, se ela eu deixasse,
Ela ia morrê (!?)
Ah! mais morta ocê já é...”
Eu lhei dei a boa-nova.
Ela, então, levô um sustou
E, arfando o busto
Levantô da cova.
Em respeito ao cemitério,
Que num é lugá de rixa,
Resorvi pulá o muro,
E um grito no escuro
Me chamô: - Ô bicha!!!
Como bicha eu num sô
Dispulei tudo num sarto
E o que fizemo nóis dois,
Nove meis despois
Resurtô num parto...
Nasceu uma caverinha
E eu já num agüento mais
Ovi todas as visita
Dizê: - Que bonita!
É a cara do pai!!!
|