Falhamos
Falhamos, sempre falhamos.
A nossa sina é falhar.
Prestamos culto a palavras que
Não chegam para ensinar.
Saudade é um fardo pesado,
Difícil de carregar.
O que se vê no fim da estrada?
Eram pedras, mais nada.
Quem parte já não faz parte de
Ninguém, e a palavra saudade
Passa longe, muito longe da
verdade.
É prima da solidão, o que parte
sabe bem o gosto amargo que tem.
E à volta, se voltar, nem mais
Nacionalidade tem.
Em casa, naquele cantinho, sente-se
um estranho no ninho.
Aí então se vê bem o peso que a
Saudade tem.
Não tem o peso das pedras, do ferro.
Pesa menos que um tição. Olhe lá, é bem
capaz de ser mais leve do que o algodão.
Que verdade há nisso então?
Lita Moniz
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