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Cronicas-->Despedida... -- 31/08/2006 - 00:58 (Ana Maria de Oliveira Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JOSÉ MAGY (Seu Magy, meu pai!)

O trabalho honesto foi sempre o caminho de expressão do seu ser, desde muito cedo. Vindo de Mossoró para Natal, encantou-se com aquela que seria sua companheira durante toda a vida, D. Nilda. Com ela, teve a nós, seus filhos: Ana Maria, Ademar José, Vera Lúcia, José Magy Filho, Ruy, Hugo José e Ana Lúcia. A árvore novamente floresceu e vieram os frutos, com mais quatorze netos e nove bisnetos.
Seus pais, nossos avós, Sebastião Magy e Rita, foram preciosos colaboradores na nossa educação. A cegueira de vovó Sebastião foi uma arma de Deus iluminando os pensamentos e fazendo brotar as palavras, transmitidas com serenidade a nós, seus netos, e reforçadas pelos conselhos de Seu Magy, sob a supervisão atenciosa de Dona Nilda.
Papai, por sua paixão pelos hábitos saudáveis, foi um exímio professor. Ensinou-nos, filhos e filhas, a confeccionar pipas com papel de seda e palito de coqueiro e a empiná-las, a fazer rodar um pião, a derreter placas de chumbo no fogão, em casa, criando chumbadas para pesca e a pescar; ensinou-nos a dirigir no trànsito, no tempo em que as ruas de Natal eram calmas e sem turbulência. Ensinou também que a honestidade é o maior bem do ser humano e que a arrogància deveria ser uma palavra inexistente no nosso dicionário de condutas. Todos esses ensinamentos estão sendo passados às suas novas gerações.
Começou sua carreira de comerciante ao lado de Adauto Dias, futuro concunhado, e de Epifànio Dias, nas Casas Gomes. Posteriormente uniu-se ao seu sogro, nosso avó materno, Ademar Medeiros, e passou a gerenciar uma das mais promissoras lojas do comércio de Natal, a Importadora Omar Medeiros.
Homem sem vícios, acompanhava-se de seus amigos Cleanto Siqueira, Luiz GM Bezerra, Manoel Augusto, Rossini, João Santana e de tantos outros, na sua paixão pelo único lazer, a pescaria. Foi fundador do Pàmpano Esporte Clube, tendo participado ativamente de campeonatos de pesca, ocasião em que levava às praias distantes toda sua família.
Homem pacato, sem muitas pretensões, investiu tudo que tinha na educação nossa e orgulhava-se quando podia apresentar qualquer filho a alguém. Dizia sempre com um olhar brilhante de emoção: este é meu filho, esta é minha filha.
Homem simples construiu um império de amor e amizade; parecia conhecer os segredos da vida, pois sua resignação diante das grandes artimanhas do destino o fez acolher em seu colo aqueles que dele necessitaram e procuraram abrigo, sem rancor, com palavras de atenção, carinho e conforto.
Homem pai e avó, foi puro desejo, pois em seus atos e palavras transmitia a imensidão do seu amor. Pela constància de sua dedicação semeava no destino dos filhos e netos o amor pelo próximo. Como uma árvore frondosa tinha suas raízes profundas nutridas pela compaixão pelo humano e suas fragilidades.
Homem sofrido soube suportar suas dores, antigas e recentes, sem que nunca dele se ouvisse uma palavra de revolta ou de rancor. Conseguiu impedir que tais sentimentos se instalassem no coração de Dona Nilda e de seus filhos. Recomeçou, aventurou-se, superou seus temores, calou suas revoltas. Guardava sempre um sorriso, uma palavra dedicada e delicada, um conselho ou uma repreensão, remédios para seus dissabores, alimentando com delicadeza o caráter de todos os que o cercavam, omitindo-lhes suas angustias e suas dores.
A dor de sua perda nos deixa aflitos, mas conscientes de sua paz e de seu alívio quanto à ausência de dores e à libertação da sua dependência física. Sua partida nos torna bastante solitários... Sua presença, entretanto, permanecerá entre nós para sempre, ao lembrarmos de sua calma, de seu olhar de mel, de seus silêncios e simplicidade, dos seus conselhos e, sobretudo, da coragem de enfrentar os revezes da vida.
Homem coragem, foi forte até naqueles momentos angustiantes que antecederam sua morte. Nunca ouvimos uma reclamação, por menor que seja, brotar dos seus lábios. Sua expressão de sofrimento traduzia-se sempre por uma lágrima silenciosa, igual àquela que vimos rolar na sua face na última vez em que o encontramos com vida!
Seu Magy, amado pai, o tudo será sempre muito pouco para expressar a imensidão do que você significa para nós. É-nos difícil encontrar palavras, gestos e atitudes para lhe homenagear. Resta-nos apenas agradecer a Deus a benção de tê-lo tido como pai e amigo, e a inspiração de ter a saudade como companheira. Meu querido, descanse em paz, na glória de Deus!

Com saudades e muito amor,
D. Nilda, Ana (autora do texto), Ademar, Vera, Magy Filho, Ruy, Hugo, Aninha,
Genros, Noras, Netos e Bisnetos
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