E todo relento tem sua luta
e toda luta tem seu lamento
e cuspo pra cima qualquer raiva
correndo atrás de seu alento
é seu beijo que eu quero
é seu cheiro que me socorre
é em teus lábios que eu encontro
as lacunas que me movem
as infantilidades que me amolem
os feitiços que me provem
que é você que eu quero
luta o luto do alento que anulo o leito
luto o tumulto que transforma em doçura
seu olhar em meu peito
nas lembranças do nada ter
na esperança de não me deter
no empuxo de não reerguer-me
por amor a você que eu luto
mas não me importo nem me enforco
não me corto nem me machuco
não uso preto e sim branco
o clima não é mórbido mas sim branco
sentado na grama isolado do mundo
beijando suas lembranças
abraçado a seu luto
Criado por Manoel de Oliveira Santos
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