Assédio
Canta o silêncio dos objetos
estático como o instante
e passa por eles meu olhar
buscando
Creio que caminho pelo ar
vou acariciando como rio
rápida existência como alívio
lisa porcelana sem luar
Quero o que se esconde
o que se vai
isso que ninguém pode pegar
Quero dos compassos a harmonia
mão que faz o vínculo entre notas.
Quero o que transita sem ficar
isso
que me ajuda a navegar.
Calam os objetos a poesia
só pode criar quem assedia
voa arrisca e chia
por amar
|