Uma pessoa espiritual não é uma pessoa que não beba, que não fume, que não pratique sexo, que professe ou diga professar, essa ou aquela religião: na verdade, muitas vezes as religiões atrapalham a espiritualidade das pessoas, pois as mentes ficam viciadas em doutrinas e pensamentos prévios do que vem a ser a realidade, o certo ou o errado. Pessoas espiritualizadas são pessoas que se tornam inofensivas a seus semelhantes, extiguindo qualquer agressividade que não seja necessária para sua auto-defesa. Pessoas espiritualizadas são pessoas que amam e são amor em ação no dia a dia de suas vidas.
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Para chegarmos a esse grau de “inofensividade” é preciso educar nossas maneiras, suspendendo ao máximo as prioridades do ego e passando a viver para os outros, pois é através dos outros que Deus se revela. Temos que deixar de lado interesses e conflitos supérfluos e reconhecer que amar é o mandamento e servir a humanidade e aos anjos é o caminho. Se nosso caminho é o céu, por que priorizar os interesses terrestres? Renunciar a si mesmo é criarmos em nós uma outra personalidade, o mais próxima da perfeição possível. Para as pessoas espirituais, verdadeiramente espirituais, viver e ser é trabalhar.
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Para iniciar sua vida espiritual você pode escolher um patrono, uma inspiração, um modelo que sirva de exemplo. Veja a sua paz espiritual como o Santo Graal, a cura de suas feridas, o caminho para a conquista da sua consciência. Eu escolhi Santa Tereza Davila como mãe espiritual e Buda como refúgio. São “religiões diferentes”, pensará você. É a bondade que importa, o conteúdo e não a forma, na vida espiritual. Tenha em mente a universalidade de Deus que permeia com seus atributos os dias e noites de todas as doutrinas. Desconhecer a unidade divina na aparente multiplicidade é uma das muitas imaturidades humanas. Não disse Jesus que a casa do pai tem muitas moradas.
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Devemos aprender amar a Deus. Buscá-lo. Prova-lo. Come-lo. Bebe-lo. Se pusermos ele como centro de nossas vidas, poderemos dizer como Jesus, ao menos de tempos em tempos: eu e o pai somos um. Ter Deus como centro de nossas vidas é oferercer qualidade de vida para nós e para os outros. Ninguém, sem conhecimento do divino, pode dizer-se educado. O padrão de excelência de ser gente exige a participação consciente na vida divina.
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Existem “n” praticas espirituais que podem nos levar a um centro detro de nós mais qualificado. A Igreja deveria incentivar seus fiéis a praticar coisas como a Lectio Divina e a Oração Centrante: se o reino está dentro de nós, lá é que devemos, preferencialmente, buscá-lo. Limpe a mente de pensamentos e permita-se sentir.
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A palavra é trabalho. Quando falamos, estamos ajudando, confirmando com nossa fala a luz ou as trevas, a benção ou a maldição. Quem não se conectou nessa realidade ainda está , espiritualmente, adormecido.
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Nos mínimos atos cotidianos, por exemplo, cozinhando, é que podemos fazer grandes obras espirituais, se nos atos pomos amor e estética. A cúlinária é uma arte; além disso, nossas emoções afetam os alimentos que fazemos a a realidade cotidiana que criamos. Emoções podem ser educadas e sutilizadas. Até hoje espanta-me que não se ensine o hábito da poesia nas escolas de base.
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Deveriamos ser como a flor: espalhar perfume, beleza e graça. Movemos e temos nosso ser dentro da energia sagrada. Como podemos ignorar isso? Como podemos ser de qualquer maneira? O que vamos oferecer ao ser que criou, sobre nossas cabeças, as estrelas?
