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Contos-->O guerreiro abatido, temporariamente! -- 15/05/2010 - 15:13 (Alfredo Domingos Faria da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O guerreiro abatido, temporariamente!

- Você sabe o que aconteceu com o Napoleão?
- Não, o quê? Foi grave?
- O homem esteve mal, baixou enfermaria, em casa, é claro!
- Teve pneumonia das bravas, quase bateu a caçoleta!
- Agora, até voltou a trabalhar, mas a coisa ficou preta.
Este diálogo, entre dois amigos, revela não apenas uma doença, porque dela ninguém está livre, e a qualquer momento o “jacaré pode abraçar”. O “quente” da história é a benquerença exagerada, que o tal do Napoleão goza junto à mulherada.
Na verdade, o homem é boa-praça, companheirão, mas com as moças o seu prestígio extrapola!
Durante a enfermidade, as demonstrações de apreço passaram da conta, foram exageradas!
O celular foi alvo de incontáveis torpedos. Constaram as mais diversas mensagens de apoio e de melhoras.
Houve uma enxurrada de receitas: chá verde, chá branco, expectorantes aos borbotões, unguentos para as costas, inalações ditas infalíveis, xaropes e a recomendação de lenço com álcool na garganta e do uso de touca de lã, devido à friagem.
Apresentaram-se duas fisioterapeutas especializadas em tratamento do aparelho respiratório. Revezavam-se, incansavelmente, desdobrando-se no atendimento. Uma delas, de origem alemã, do padrão carcereira, empregou métodos mais drásticos, porém eficazes; essa foi a crença!
O acompanhamento psicológico não foi negligenciado. A cada dois dias, contou com os serviços de dedicada psicóloga, fiel seguidora do Dr. Freud.
Inventou-se a necessidade de plantões à guisa de zelar pelo doente. Uma das plantonistas, altas horas da noite, entendendo que fazia frio, colocou-lhe grossas meias. Ao receber o serviço pela manhã, outra plantonista, encalorada, esbaforida, retirou-as prontamente. Desvelo desse jeito nunca se viu!
Durante a fase de delírio da doença, balbuciou apenas nomes femininos. Em esforço supremo para abrir os olhos e sair do decaimento só tinha forças para suplicar ajuda dessa ou daquela.
A portaria do seu prédio virou uma floricultura, tantas foram as flores enviadas. O porteiro se prontificou a molhá-las para não fenecerem. Algumas vizinhas solitárias fizeram a supervisão. Quanta solidariedade!
Um cachorrinho da raça “poodle” foi enviado para fazer companhia, mas, infelizmente, a convenção do condomínio não permite animais. De certo, teria sido útil na “guarda” do enfermo...
O síndico do edifício foi à sua porta pedir que houvesse seleção das visitas, carecia de comedimento, pois os dois elevadores estavam trabalhando a plena carga e com o mesmo destino. Os outros moradores estavam reclamando.
A geladeira não dava vazão. A capacidade de armazenagem não resistia às papinhas, aos caldos, às sopas e às frutas, que eram entregues sem cessar. Sabe-se que uma das formas de recuperação é a boa alimentação, porém, o que chegava dava para suprir o contingente do Haiti.
“Baldes” de mel, também, foram deixados. Um deles oriundo dos apicultores do baixo Vale do Ribeira, de qualidade inigualável. Eram colheradas e mais colheradas, que provocaram a verificação da curva glicêmica, por prevenção. Nem dá pra imaginar!
Ganhou o nosso amigo uma TV gigante, de polegadas incontáveis, de plasma, último tipo, como se dizia nos “antigamentes”. A alegação para o presente foi que ele havia de se distrair, coitado!
Conseguindo ficar de pé, o enfermo chegou à janela para desfrutar de um pouco de ar. Quase caiu! Pensou que a tontura fosse da doença. Ficou boquiaberto ao avistar, na esquina, um outdoor com os dizeres: VOLTA, NAPÔ!
Para ir ao médico, foram oferecidos inúmeros transportes, até uma ambulância foi sugerida. Uma cadeira de rodas fez parte da “entourage”, para facilitar os deslocamentos. O pobre não haveria de caminhar!
Soube-se, em confidência, que três obstinadas, juntas em corrente, cumpriram, sob enormes sacrifícios, o Caminho de Santiago de Compostela, era a contrapartida de promessa feita em momentos de suprema aflição.
Por fim, apesar das imensas preocupações, consumou-se a cura, para alívio da legião de “assistentes” preocupadas.
Todavia, tomam dimensões faraônicas as conjecturas a respeito do que virá. Sim, pensa-se no que está por vir... O nosso bravo estará apto, em sua plenitude, para novas e duras batalhas?!
Recobradas as energias, que sejam retomadas as ações, assim a moçada deseja, ardentemente. O “povo” estava carente e ávido, passando, agora, a cobrar atitude. Tomara que não sucumba de novo. Vai, que é tua, Napoleão!!!

Alfredo Domingos Faria da Costa




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