COLUNA VASQUES Marciano Vasques
CRÔNICA 161
AS LEIS DA NATUREZA
-Que graça tem ficar aí comendo, comendo? Vou acabar verde de indigestão só de ver você comer tantas folhas.- fala o pequeno Leandro, para a lagarta que nem liga para o comentário.
-Que festa! Se deixar, come a floresta. Parece que a sua vida é só comer. Veja quanta coisa faço, não vivo só para comer: rodo pião, pulo corda, estudo, corro, canto, brinco, nado no rio, pelo menos aqui tem rio para nadar...
-Mas não pode voar!
E continuou o pequeno, com o seu “diálogo”, sem ouvir a voz que veio do alto. E a lagartinha, firme com o seu banquete.
-Mas não pode voar!
-Quem falou isso?
-Eu, aqui em cima.Você não compreendeu que cada um tem que viver de acordo com a sua natureza?
Quando o menino olha vê a linda borboleta com as asas abertas.
-Veja o meu exemplo, posso voar, você não pode, e não adianta tentar. Eu também não conseguirei jamais rodar um pião...
-O garoto, pensativo, quase nem ouvia, encantado com a beleza da borboleta.
-Além do mais, eu nem sempre fui assim. Mas segui as leis da natureza.
- “O que será que ela quis dizer?” - perguntou o menino para a lagartinha, que continuava comendo os verdes.