Invariavelmente todas as noites
Ela me bate a porta
Me chamando, me convidando
E não me deixas em paz com tuas divagações,
Exortações sobre a vida e as pessoas.
Invariavelmente todas as noites
Ela me beija com seu beijo frio,
Me faz sentir o sabor de sua saliva doce e amarga
Satisfazendo e preenchendo um vazio.
Invariavelmente todas as noites
Ela me toca e me acaricia,
Me amando, me importunando
Com seus gemidos roucos
Transtornando-me os pensamentos.
Senhora invariável
Que velas minhas noites,
Que vela meu penar,
Que vela meu sonhar.
Senhora invariável
Que me consome,
Que me embriaga
E de quem não consigo me libertar.
Até quando te deitarás comigo?
Até quando me seguirás na estrada?
Até quando me darás abrigo?
Amada senhora
Me deixe sossegado,
Me deixe quieto e tranquilo,
Não me perturbes com teus beijos
Tão frios e silenciosos.
Não me procures senhora,
Pois não te quero comigo
Nem em meus sonhos e nem em minha vida.
Vais embora e não me sorrias mais!
Tenho outros planos,
Tenho outros desejos,
Tenho outros amores.
E, estes não me deixam sozinho esperando,
Não me deixam quietos,
Estes me deixam completos
E preenchidos mesmo sozinho
Por não haver ninguém a esperar
Tendo você por companhia
Oh desditosa solidão!
Escrito em 22/10/2011
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