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Artigos-->Resistência De Vida No Anseio De Um Menino -- 18/01/2003 - 02:26 (KaKá Ueno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Resistência De Vida No Anseio De Um Menino"

Um tributo para " Felipe Loureiro Dos Santos"

KaKá Ueno...17 02 03.





Escorre o prefácio assombrado,

vindo por cima do corpo inerte...

O frio do medo,

e o fio da morte.

Chora meu peito sem poder acudir...

Então, sofro por te!

O fim do sorriso,

e chora em desespero o homem do socorro.

Por não poder trazer,

o bravo menino de dentro do barro...



Soterra a esperança:

E mais uma saudade...

Torna o medo num segredo,

em cima do corpo gelado...

E o Felipe, resiste sozinho.

Ai meu deus que saudade...

Enquanto em meu peito,

escorre a lagrima dos desamparados.



Não! Não quero chorar...

Desculpe-me, mas já é tarde.

Quero fazer o sol brilhar,

e secar o barro molhado,

que escorreu em cima de te.

Quem és para mim?

Mais um filho da terra morto...

Do país que te excluiu.



Não és apenas mais um que se fundiu,

ou mais um que se esvaiu,

nem a culpa daqueles que te traiu.

És o resultado do descaso...

E o que restou para te.

A sombra escorrida em cima da vida...

Dos olhares daqueles,

que dormem em suas camas macias...

O que este país te ofereceu?

Assim foi o fim do filho da terra querida...

O barro que soterrou a tua vida

O morro morre abraçado,

e debruçado por cima do teu corpo.

Todo teu sonho,

vai tão junto encrostado,



Mas, a vergonha é perpetua...

Na esperança das promessas...

na miséria que faz a fortuna...

no cinismo descarado do político desonesto!

Na utopia,

voei por cima em busca do teu fio de vida.

Mas, quem se acostumaria?

Quem aceitaria?

Que este povo pudesse viver em harmonia?

Qual nação concordaria,

aceitaria desmamar das tetas,

da miséria das nossas criancinhas...

Que povo bonzinho!

Para te, restaram-se os morros,

os barracos e o sorriso dos bonzinhos.



Amanhã com certeza será outro dia...

Dia de manter-se tudo como está...

Como deve ser,

no interesse daqueles Que não te deixaram viver,

Que te tiraram a dignidade...

E depois vão lá ver.

O estrago Que deixaram.

Vão! Mas, iram de caso...

Com o motorista Que você pagou.

E olharam o teu corpo morto,

da miséria Que eles causaram.

E do pouco Que te pertencia...

Porque fora transferido para uma conta criada,

Que nem você sabia,

Que havia um paraíso...

Nem mesmo pós tua vida.



Assiste-se o aumento no salário do senhor,

E isso nunca se acaba...

Sai governo entra mais uma,

esperança brasileira,

e a historia se repete...

se mantém e continua.

Mas, nenhum deles querem viver,

em morros com os desvalidos.

Só o Felipe aceitou!

Não havia outra saída.



Senão:

morrer no morro a quem seu salário pagou!

E viu em vida o aumento...

De tudo Que não sonhara,

menos sua vida ser mudada.

Mudou desta para outra...

Para uma lapide gelada.



No acumulo da safadeza...

Da falta de pudor,

de caráter e de amor.

E foi por este motivo,

Que o Felipe nos deixou..



Migra o nordestino...

Com um sonho e uma mala,

Uma mala muito velha,

Uma velha mala de couro...

de couro pobre e endurecido...

no rosto:

às dobras das promessas,

e na linha da vida,

o peso do homem pobre,

o ser ludibriado,

o homem enganado.

Que viu às palavras serem quebradas...

e a esperança de um futuro roubada!



"O significado Da Palavra"



Honra, pudor caráter

Do homem Que não cumpriu...

A palavra dada.

A formalidade por escrito,

por falta de honestidade...

Que lamentável esta época!

E se às escrita se apagarem?

Finda-se o reinado da ultima voz.



Enquanto:

Desembarcam os baús e outras raças nobres...

O farto deleite do sonho fácil,

praticado em forma de dinheiro...

Felipe menino pobre...

Felipe garoto herdeiro,

Da bandeira brasileira.



Não lhes ensinaram...

Não houve tempo para isso...

Para Que ele aprendesse,

como ser um cidadão:

Com direito de cobrar...

para o berço de um só.

Felipe ouviu varias promessas,

E nenhuma se cumprir!



"Na vila Dos Operários"



Há uma construção!

uma forma de viver,

para os seres Que representam o poder.

só para quem tem cargo distinto.

Na vila dos operários?

Moram os empregados do povo.

O eleito Que ganhou,

o direito de exercer,

A encargo da nação,

e a confiança dos nossos direitos.

Nenhum político tem privilégios,

nem viverá em belas mansões...

pois ele é um empregado!

Que adquiriu o direto,

ao emprego com salário,

e um futuro garantido.

Com cama quente e alimento...

Uma aposentadoria,

e mordomia prá família.



Quando ele conseguir...

O Que fora destinado,

terá Que dividir,

tudo isso Que ganhou,

com a minha família dos mais pobres.

Há! Há há há...

Não sorria!

Encerra-se uma vida...

Mais uma esperança destruída.



No peito do pai Que dói...

Não sancionaram um futuro promissor...

Uma forma de vida melhor...

Para manter o orgulho do trabalhador.

Quem vive perto da bosta,

acaba se acostumando.

A coleira da bandeira os mantém prisioneiros...

A viseira dos excluídos...

É uma mal forma de vida...

E uma farra para os maus políticos.

Para os demagogos...

E também para os agregados.

Que fazem fortunas e enriquecem.



KaKá Ueno...17 02 03.

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