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Cartas-->Carta para Lu-Lalah, em Bagdá -- 14/12/2003 - 22:24 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

LU-LALAH, Tá pra lá de Bagdá
(Por Domingos Oliveira Medeiros)


O caixeiro-viajante
O mascate brasileiro
Lu-lalah não faz por menos
Viajando o mundo inteiro
Ganhou fama de cigano
Onde chega abre o pano
Monta logo o picadeiro

É garoto propaganda
Negociador de respeito
Vende esperança por metro
Para tudo dá um jeito
É bom em vender e comprar
E na arte de pechinchar
É o mascate perfeito

Mas as viagens do Lula
Tem muitas finalidades
Turismo e conhecimento
Passeios pelas cidades
Cultura e religião
Comércio e exportação
Entre outras novidades

Na Síria, primeira parada
Discursou o presidente
A favor dos Palestinos
Fez defesa consistente
Comprou briga com Israel
Registro aqui no cordel
A imprensa não desmente

Um tiro pela culatra
O discurso de improviso
Na Síria há ditadura
Faltou, portanto, juízo
O Brasil tá desarmado
Israel tem mais soldado
Fica o aqui o meu aviso

Não provoque inimizade
Sem exército preparado
A marinha, nem se fala
Entrou água no calado
E até na aviação
É ruim a situação
Avião enferrujado

A visita acontecendo
É melhor mudar de assunto
Apostar mais no passeio
Ou a gente morre junto
Assim fez o presidente
Calado, fez-se silente
Como se fosse um defunto

Em Damasco, a capital
Palácio de Azum visitado
A mesquita de Omíades
Todo mundo admirado
Mausoléu de Saladino
Conquistador paladino
De Damasco, encantado

Ritual religioso
Cântico da veneração
Na mesquita de Omíades
O Maulaiah, a canção
Homenagem a Maomé
Segundo o preceito da fé
Centrada na religião

Da antiga cidade de Meca
Teria o profeta fugido
Pra cidade de Medina
Onde foi bem recebido
Com a canção muçulmana
Lá foi feita a sua fama
Do profeta tão querido

Depois, nosso presidente
Foi direto ao mercado
Recebeu os cumprimentos
Pelo povo assediado
Encerrando a visita
Da Síria, pegou a pista
E partiu pro outro lado

Segunda parada em Beirute
Cidade bem original
Primeiro passeio agendado
A um sítio principal
D’antiga civilização
A Fenícia, na região
Bem perto da capital

Byblos é o seu nome
Ali a linguagem nascia
Berço da palavra escrita
O papel se negocia
O papiro é conhecido
Fez-se o livro mais vendido
Até hoje em nosso dia

A Bíblia é consagrada
O Livro de todo cristão
Assim surgiu a palavra
Biblioteca, coleção
Tesouro da arqueologia
Mundo cheio de magia
Tempos que lá se vão

Lula no túnel do tempo
Faz as suas caminhadas
Viu castelos em ruínas
Da época das Cruzadas
Blocos de pedras enormes
Fortalezas já disformes
Pelo tempo desgastadas

Vê-se o mar mediterrâneo
De tantas lutas travadas
Século doze revivido
Águas ensangüentadas
Soube o nosso presidente
Uma história diferente
De muitas vidas ceifadas

Lá se vai o presidente
Da Síria para o Emirado
Lembrando de algum problema
Que no Brasil foi deixado
Mil noites em pensamento
Não vê a hora, o momento
De voltar pro seu reinado

Abu Dhuabi, a capital
A mais moderna do oriente
De todas dos Emirados
O local mais influente
Fim do extenso roteiro
O foco agora é dinheiro
Assim pensa o presidente

Capital da economia
Do investimento estrangeiro
Local de muito negócio
De interesse brasileiro
Até o seu presidente
É um “xeque” diferente
Do cheque bem brasileiro

Ironia do destino
Lá, cheque sempre tem fundo
Fundo bem atapetado
Mas deste lado do mundo
Nosso cheque é voador
E quase não tem valor
Quase nunca é compensado

Nem que se apele pro gênio
Da lâmpada de Aladim
Prometendo pagar juros
Cá no Brasil é assim
Cheque não é garantia
Volta da noite pro dia
Numa viajem sem fim

Cidade sede do evento
Empresarial brasileiro
Junto ao país visitado
Feira de apresentação
Do que pode ser trocado
Assim foi dito pra gente
Entre o Brasil e Oriente
O que será exportado

Produto é o que não falta
No Brasil tem um bocado
Abacaxi e pepino
E salário congelado
Reforma da Previdência
Muita empresa em falência
E muito desempregado

Sacos de batata quente
Imposto pra todo lado
Reforma Tributária
Reclama o empresariado
Juro alto garantido
Investimento contido
O Brasil está parado

Tem muito CD pirata
E tem celular clonado
Brinquedos para o Natal
Tudo contrabandeado
Tem até Papai Noel
Vou dizer neste cordel
Com salário atrasado

Mas a festa continua
Segue o ritmo normal
Apresentando os produtos
Do segmento cultural
A riqueza brasileira
É mostrada por inteira
Nossa cara mundial

Tem a parte da comida
Feijoada e coisa e tal
Grupos de samba e pagode
Nossa arte musical
Angu, rabada e agrião
Chorinho e samba-canção
Marca tradicional
Peixe com tempero verde
Cozinhado à brasileira
E tem muito Carnaval
Para animar a Feira
Blocos de fantasia
Cachaça, mulata e orgia
Numa festa bem faceira

Onde anda o presidente?
Ta pra lá de Bagdá
O chiclete com banana
Também deve estar por lá
Mandou tirar o sapato
Pra não arrumar desacato
Com o Deus de nome Alah

Lula tirou o sapato
E também os pés do chão
No ritmo da melodia
Em prol da exportação
Foi procurar no passado
O futuro desejado
Pra essa grande Nação

Agora, senhor presidente
Não fique acostumado
Vê se pára mais em casa
Tem muito serviço atrasado
Muita coisa pra votar
Ano-novo vai chegar
E o país está parado

Brasília, 08 de dezembro de 2003


























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