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Cartas-->Tudo passa, tudo sempre passará. -- 14/12/2003 - 15:55 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sim você já viu essa frase em algum lugar antes, foi numa canção do Lulu Santos chamada “Como uma onda” que versava mais ou menos assim:

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo

Lulu fez essa canção juntamente com Nelson Motta um grande jornalista e um letrista de primeira que fez músicas com Djavan(de quem sou grande fã), Caymmi, Guilherme Arantes, Rita Lee e ainda foi casado com Marisa Monte, enfim isso tudo denota que ele é um homem de muita inspiração.
Pois bem, essa frase na verdade é um dos postulados do filósofo grego Heráclito, do vir a ser e que afirmava que ninguém se banha duas vezes no mesmo rio, pois, na segunda vez, ele já não será o mesmo, uma vez que aquela água já se foi, e esta é outra, tudo muda e está em constante mudança.
Heráclito foi realmente alguém muito fascinante, veja você que há 25 séculos atrás ele falava da teoria dos opostos que apesar de ser antagônicos e contrários se completam.
Uma estrada tem uma subida e uma descida. E continua sendo uma estrada só, e não duas. Se alguém diz que o copo de água está meio vazio, enquanto outro afirma que o copo está meio cheio, estão falando sobre o mesmo copo, e não sobre dois. É o mesmo, mas há opiniões opostas a seu respeito. Essas opiniões não são contraditórias, mas complementares, pois o copo está na verdade, meio cheio e meio vazio. O que Heráclito queria dizer com isso é que as contradições são naturais e nem sequer devemos lutar contra elas, e sim aceitá-las. Quando tratamos de eliminar a contradição, estamos, em verdade, tentando eliminar a própria realidade.
Vamos mais fundo.
Maya é uma divindade hindu que com o seu véu, encobre a Realidade. Os devotos de Buda sabem que sua mãe era a Rainha Maya, mulher do Rei Sudhoddana, do Nepal .O seu nome significa, entre outras coisas, Ilusão. Segundo a tradição vedanta, o nosso universo visível é caracterizado pela impermanência. Tudo passa, tudo sempre passará.
A filosofia hindu através de uma mensagem cifrada, não muito diferente da cristã onde as mensagens na bíblia também são cifradas e o próprio Jesus Cristo falava em parábolas, fala sobre a necessidade de vermos o nosso universo não como realidade última, mas como mais uma delas que é efêmera e apenas temporária.
Uma reflexão que tiro de tudo isso é que não devemos nos valer só das nossas capacidades sensoriais para perceber a realidade, é preciso refletir sobre os personagens que a vida vai nos apresentando a medida em que ela vai se descortinando a nossa frente e deixando seu rastro em nós, não devemos nos contentar com as respostas que são obvias, devemos ir cada vez mais fundo, escrever nossas próprias leis e como diz um ditado: existem três maneiras de se fazer uma coisa: a certa, a errada e a minha...
Os véus de Maya vão sendo erguidos na medida em que tomamos consciência que eles existem, quando nos damos conta que a vida é efêmera e nada se leva dela a não ser as experiências vividas e nem todo dinheiro do mundo te garantirá a imortalidade, saber o dia da morte ou se ela será sem dor.
Os véus de Maya estão caindo, porque agora você já sabe que a vida não terá sentindo somente através da obtenção de bens materiais de ultima geração, mas com a compreensão de que eles são apenas meios para fins mais profundos e para a conquista de valores intangíveis, invisíveis e que não estão em exposição em vitrines ou a venda em lojas.
Valores estes que nos definem como pessoas que sabem o que são e reconhecem sua identidade sem precisar de espelhos, pessoas que são medidas pelo que sabem e não pelo que possuem e pela sua capacidade de amar o próximo, pessoas que estão preocupadas em contribuir de alguma forma para o desenvolvimento da humanidade.
Nosso maior patrimônio são as nossas experiências e nossos maiores bens são aqueles que ninguém pode ver, está debaixo de nossa pele, impregnados em nossa alma, os únicos que se houverem outras vidas levaremos adiante.
E como diria o homem de Nazaré, aqueles bens que a traça não come e a ferrugem não corrói, muito, muito além do que convencionou-se chamar, pelas aparências, de realidade.
Tudo passa, tudo sempre passará.

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MEUCAMINHAR@YAHOO.COM.BR




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