De fundo, a imensidão do mar...
Somente a areia macia
assiste ao nosso guerrear,
enquanto meu corpo te sevicia.;
Não há mais ninguém
assistindo esta loucura,
ficamos em contínuo vai-e-vem
como prólogo da tortura.;
Faço de meu corpo um escudo
a receber-te como bala,
o meu ventre mudo
em tua boca, se cala...
Não tenho resistências
para impedir a tua lança,
nem há mais reticências
nesta volúpia que avança.;
Prorrogamos a nossa luta
decretando total estado de guerra,
escondo-te na gruta
e, em mim, a lança enterras...
Enfim subjugada
quase te declaro ganhador
mas, não me dou por derrotada
e, te prendo em mim com clamor.;
Não tem fim esta peleja
luto como louca,
minha arma é a boca
que, impunemente, te beija.;
O teu corpo, o meu tranca,
já não tenho saída
recebe-te minha anca
e eu caio, totalmente vencida...
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