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cronicas-->De Nina a Mujer -- 16/08/2006 - 12:15 (Humberto Fernandes Valente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE NINA A MUJER



Há aqueles que detestam castelhano, mas eu particularmente nada tenho contra. Daí talvez ter usado pela primeira vez um título em espanhol. Título de uma música e disco de Julio Iglesias da década de 80. Brega, cafona, esquisito, fora de moda, mas não tem jeito: escolhi esse. Não lembro nem bem da música, mas a capa do disco de vinil sim. Trazia a foto do cantor e de uma menina. Verdade que hoje já não o escuto. Prefiro Luis Miguel. Recordo bem é que ele era bem tocado em motéis. Mas isso é outra estória e assunto pra outra crónica.

Transformações é disso que se trata esse texto, e a vida. Já diz o poeta: "... as coisas se transformam e isso não é bom nem mau". Apenas mudam. De repente aos poucos, abruptamente, contra nossa vontade, involuntariamente, mudam. Não há como lutar é o curso de nossas vidas, é o que a faz essa aventura insondável. Mas como disse no título a mudança de quero falar aqui é mais natural, mas não menos sentida: a passagem de uma filha de menina a mulher.

Num instante vejo um pai aflito por já não ver seu bebê, sua criança dengosa de colo e sim uma mulher com todas as suas curvas, mistérios e desejos peculiares a todas aquelas criaturas inspiradas pelo sopro divino. Como caber em si e entregar sua menina ao mundo?Fechasse os olhos, mas de que adianta, não há o que fazer, afinal o rio sempre corre pro mar. Não há tempo, cedo ou tarde. Há apenas esse pilo. Sem direito a pontes ou redes de proteção.

Resiste ele, ou melhor, resistimos todos nós, mais do que rugas, vemos os anos passarem através de nossas sementes que crescem e se ainda não deram frutos, já fazem sombra.Vemo-nos através deles, queremos protegê-los, afastá-los dos erros, dos tropeços, mantê-los puros, inocentes. Queremo-los eternas crianças para de alguma forma preservar nossa juventude. Ledo engano, esse relógio não para, não precisa de corda, ou modernamente falando, de bateria, ele é feito do sol que faz tudo crescer.

Ilumina-se então, essa mudança com a chegada de novos astros que mesmo sem querer assustam esse pai, que sem conhecer de "astrofísica" acha que não há energia suficiente no sol para aquecer a terra, a lua ou os outros tantos astros da constelação de nossa existência. Bobagem o sol a cada dia nasce mais forte e mais quente mesmo que por vezes encoberto por nuvens.

Como astronauta passageiro dessa nave dirigida pelo comandante meu amigo, embora longe do painel de controle sinto-me envolvido nos destinos da aeronave. Ainda que não tenha a experiência necessária, só tenho filhos e não filhas vejo-me de certa forma atingido. Sinto, sem confessar, até ciúme. Afinal também a peguei no colo. Falo ao comandante somente o indispensável, mas mesmo sem o manche na mão sinto me tenso igualmente.

Fato é que como o dia que se mistura com a noite ou o sol com a chuva, essa menina que já é mulher, ou a mulher que ainda é menina cresceu e se me permitem a liberdade fraternal e poética: já não é nossa, é do mundo, da vida, das estrelas. Cabe a nós acompanhar seus passos e seguir seu brilho.

Voltando então ao meu lugar nesse foguete, revelo aos passageiros que me acompanham minha fala ou pedido ao comandante: que coloque a nave em piloto automático e aproveite a viagem.

ABRIL/2006
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