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Artigos-->A Igreja e a Sudene - Dom Aldo di Cillo Pagotto -- 14/01/2003 - 21:33 (Michel Pinheiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










A Igreja e a Sudene





Vamos fazer com que a Sudene volte a funcionar, não nos moldes em que funcionou até hoje, mas vinculada à Presidência da República, para que nenhum Estado particularmente se apodere dela



Dom Aldo di Cillo Pagotto

Bispo Diocesano de Sobral



Publicado em 14 de janeiro de 2003, no jornal OPOVO





Vamos fazer com que a Sudene volte a funcionar, não nos moldes em que funcionou até hoje, mas vinculada à Presidência da República, para que nenhum Estado particularmente se apodere dela. Que ela seja uma instituição de desenvolvimento de todo o Estado Brasileiro . Foram as palavras pronunciadas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita aos Bispos, na sede da CNBB em Brasília, aos 27.11.02.



A reação do Presidente corresponde às observações que D. Marcelo Carvalheira, Arcebispo da Paraíba, apresentou em nome dos Bispos do Nordeste. Trago em síntese, as observações dos Bispos se concentram em duas grandes preocupações.



A primeira, é a necessidade de se fazer planejamentos regionais amplos, em sinergia entre as instâncias Federais, Estaduais e Municipais. Prevaleçam pois, as demandas básicas da população para que se desenvolva plenamente. A outra, é que se evite todo tipo de corrupção. A Sudene não pode ser descaracterizada dos seus objetivos, critérios e meios, voltando-se para o resgate da dívida social brasileira, através de um amplo projeto de integração nacional.



Com efeito, faltando uma boa articulação entre os planos federais e regionais, reproduzem-se inevitavelmente os favoretismos, capitaneados por grupos de pressão oligárquica. A história do Brasil ilustra vergonhosamente a insensibilidade elite brasileira para com a questão social. No mais das vezes, a elite locupletou-se, administrando o bem público como bem próprio. Por isso mesmo, hoje convivemos com desigualdades e contradições intoleráveis.



O Brasil apresenta índices de concentração de renda atrelada à manipulação de uma oligarquia hegemônica. Um país riquíssimo com uma população empobrecida ... porque desqualificada. Poucos puderam ter acesso a melhores oportunidades. Agrava-se o fato das desigualdades sociais com a supervalorização um tipo de desenvolvimento atrelado à especulação e aos ditames do capital, utilizado não para investir na qualidade de vida da população, mas para financiamentos particulares, com garantias de seus lucros e benesses espetaculares.



Se assim continuarmos, jamais chegaremos a configurar o desenvolvimento integral e integrado para a população que mais precisa e merece. Não podemos viver de migalhas que sobram dos projetos laranjas ou fantasmas de políticos e empresários oportunistas. Estes, sempre sobreviveram com o esquema da falta de planejamento e participação popular. Vivem da distribuição de favores com os recursos desviados, alimentando políticas de compensação. Isso leva o nome de crime de corrupção.



Os Bispos do Nordeste apresentaram algumas sugestões para reabilitar a missão da Sudene como instância de participação e inclusão social. Entre as principais, a inclusão participativa que postula o desenvolvimento integrado e integral, oportunizando a capacitação da população, alavancando e articulando recursos humanos, técnicos, científicos e financeiros, com garantia de sustentabilidade, monitoramento e fiscalização.



Em termos claros: que a população empobrecida seja valorizada. Obtenha condições de qualificação para o trabalho, suscitando redes de produção, de investimentos, de gerenciamento de negócios rentáveis. Assim, a agricultura familiar sustentável torna-se possivel, bem como as ‘micro’ indústrias, os agronegócios, a agroindústria.



Que cada Região se torne sustentável a partir de projetos condizentes com a sua vocação, com incentivos a pesquisas e empreendorismo locais. Que os pequenos produtores sejam envolvidos, aprendendo a participar dos planejamentos, dos orçamentos, dos custos/benefícios. Os pequenos não dependam de oportunistas e lobbyes, mas se organizem em cooperativas, associações, sindicatos, Ongs.



Participação, democracia participativa, não é conceito mágico. É aprendizado com envolvimento e busca de oportunidades. Sobretudo é compromisso. A postura participativa exige o trabalho de conscientização, mentalizando ideais de brasilidade, patriotismo, humanismo. Será preciso investir na qualificação das pessoas e famílias que nunca foram valorizadas.



A humanização dos projetos sociais, mexe com a auto estima. Leva-nos a valorizar a vida, não só o lucro fácil. Comporta em sacrifícios, conquistando direitos, cumprindo também com os deveres. Direito tem quem direito anda! Se a Sudene foi extinta por inanição e corrupção, deve ser reabilitada com parcerias que se integram para planejar, distribuir e cobrar responsabilidades.













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