Adeus *
Vou partir, meu amor, e nunca mais
Hei de votar aqui, onde meu sonho
Se iniciou tão lindo e foi risonho.
Saibas, não penso retornar jamais.
Despedida tristíssima demais.
Sigo desesperado e, já tristonho,
Percorro esse caminho; só disponho
De mágoas, muitas dores -- tantos ais.
Debaixo deste céu que nos cobriu,
Que, sempre azul, deitou-se sobre nós,
Não haverás de ver o meu perfil.
O tempo vai passar sem dó, veloz...
Na solidão, hei de morrer de frio:
Cala-se neste adeus, minha voz!
* COSTA, Benedito Pereira da. "Saldunes". 2º edição. Campinas (S): Editora Komedi, 2006, p. 19. E "A voz da poesia", ano XXXV, janeiro a março de 2012, nº 96, p. 4. |