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Erotico-->A teta azul -- 10/04/2005 - 20:21 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Carlinhos nasceu sob o auspicioso e deslumbrante destino de vir ao mundo para usufruir de uma doce vida. Desde logo oriundo de sangue azul, foi por consequência alimentado a leite azul e em bercinho azul com lençolinhos azuis bordados a azul. Em suma, cresceu e desenvolveu-se em rigorosa plenitude azul. Nem Lenine, que com ímpeto assassino fez o máximo possível para provar que os seres humanos têm todos sangue vermelho, conseguiu impedir que o excelso céu da carne fluísse intenso nas veias azuis de Carlinhos. Depreende-se pois, dada a incontrolável propensão da raça humana para a mamadeira - seja ela de que natureza for - que Carlinhos mamou forte e lindo em tetas azuis.

Por volta dos sete anos, quando começou a sentir as primeiras e estranhas comichões no apendicezinho azul, a experiente ama, de origem escocesa decerto, que o cuidava e velava em permanência, colocando-o ternamente de cabeça para baixo, enfiava-lhe uma das nédias mamocas na boca e, como se o miúdo fosse uma gaita de foles, chupava-lhe com o maior dos desvelos no real pirilauzinho. Bem, o Carlinhos, no decurso dos anos sequentes, habituado a tão aprazível festival de pernas para o ar, não queria outra coisa senão embalar-se naquele magnífico pino. Não tardou, consoante se foi encorpando e estendendo para o ventre da criativa ama, que dos esféricos e fartos seios passasse para outra mais esplendorosa região. Entre tais carícias e delícias, quando já bem montava e se tornou num jovem campeão de polo, o Carlinhos era por acréscimo natural um deveras exímio especialista na arte de bem lamber e chupar toda a espécie de frutos e sumos.

Consabe-se que a vida dos humanos, embora às vezes pareça decorrer muito lentamente, passa assaz depressa. Há até um curto dito que condensa exemplarmente esta evidência: até parece que foi ontem ! Assim, depois de inesquecíveis e bem ocultos momentos, para fazer face às óbvias conveniências do implantado sistema e garantir a perpétua solidez da reinação, o Carlinhos, já homem feito e perfeito, casou a 29 de Julho de 1981 com a bela plebeia Diana, uma moderníssima donzela, esmeradamente educada e sobretudo credora do unânime apoio de todos os súbditos. O consórcio, que decorreu com pompa inexcedível, marcou um dos mais elevados e belos momentos da monarquia britânica. Teve-se então a ideia que os audazes piratas dos sete mares, perecidos em renhidas lutas por afogamento, se tinham transformado em níveos anjos provindos do celestial ventre, azul, claro.

Como simples é de imaginar sem grande margem de erro, o Carlinhos não estava no mínimo preparado para safisfazer, pelo menos sobriamente, tão maravilhoso pedaço de vulcânica carne, tanto mais que o futuro rei, além de bem chupado e de bem saber chupar, não era dotado de imaginação bastante para operar uma satisfatória reconversão, já que desde a infância tendia exclusivamente para oralidade. Em princípio, o pudor e a timidez do casal de imediato impuseram o exercício de sexo decente, ou seja, procriar de luz apagada. entre lençois azuis, com camisa de noite e pijama da mesma cor. Sucedeu pois o que inevitavelmente tinha de suceder: o Carlinhos, insuportavelmente insatisfeito, corria em secreto desespero para o leito da sua impagável amante, Camila, experiente matrona casada com um fidalgo de ossuda testa, para chupar e ser chupado insaciavelmente. Enquanto isso, Diana, de momento sem mais recurso, refugiava-se na cavalariça do palácio para esplendidamente também chupar, pois, e ser chupada pelo seu escudeiro.

Então, tranquilamente os anos foram passando e a situação, que em tão equívoco estado se estabeleceu, encaminhou-se decisivamente para a ruptura. Carlinhos não prescindia de camiliar-se cada vez mais e Diana, saturada de só preencher o orifício no espaço sideral da cavalariça, decidiu escapar-se, antes que se visse de todo obrigada a pintar um cavalo com tinta azul. Infelizmente, o acumular de peripécias, cujo cômputo ainda hoje faz abarrotar os pasquins da doce vidinha inglesa, explodiu, numa fatídica noite, de encontro a uma coluna de betão na luminosa cidade de Paris: a bela princesa, na companhia de seu endinheirado noivo oriental, partiram, sem hipótese alguma de regresso, definitivamente para o céu azul. Carlinhos, embora se mostrasse pesaroso conforme mandava e queria a etiqueta real, na noite sequente, deu imediata e profunda aplicação à arte de bem chupar e ser chupado com a sensação de finalmente sentir-se em plena liberdade.

Os anos, eis a verdade, passam pois muito depressa e, como acabam por esgotar-se inexoravelmente, Carlinhos, de uma vez por todas - presume-se - decidiu aproveitar o tempo que porventura lhe resta. Num acto de transcendente e reparadora justiça pública, recasou oficialmente a 9 de Abril de 2005 com a sua imprescindível Camila. Após a boda, para chuparem ao máximo em recatado convívio, viajaram para a Escócia. Parece que estou a ouvir a melodia aspergida em agudas notas de gaita de foles entre os delicados sopros na velha trompa de caça à raposa. Por cima da montanha, entre uma alvíssima nuvem, para Carlinhos e Camila desenha-se agora uma magnífica teta azul. Chupem, chupem muito, chupem até morrer de prazer... Seus feios...

António Torre da Guia
O Lusineiro


PS = Embora nua e crua, constate-se que a verdade é mesmo assim.

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