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Artigos-->A GAIOLA DE OURO - -- 14/01/2003 - 07:17 (Paulo de Goes Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A GAIOLA DE OURO



Paulo de Góes Andrade





Podia ser até uma dessas estórias que as vovozinhas costumavam contar para os netinhos. “Era uma vez uma gaiola de ouro que existia num reino encantado.” E os pequenos ouvintes terminavam adormecendo. Que bom que fosse isso uma lenda. Mas, a “gaiola de ouro” existe. É uma realidade. E no seu interior, principescamente, habitam figuras espertas, mais vivas do que nós que, daqui de fora, amargamos o desprazer de assistir às suas manobras, às suas decisões e ao vôo alto dos pássaros dourados, que sempre acontecem na calada da noite.

A Câmara Distrital, que é a Assembléia Legislativa de Brasília é a “gaiola de ouro”, que inventaram instituir para aumentar a sangria no Erário, não resultando dessa medida, até hoje, nada de concreto em benefício dos brasilienses. Viadutos, pontes e metrô são obras que teriam que ser feitas. São rendosas. As licitações, as concorrências para iniciativas faraônicas nunca comprovam a veracidade dos seus custos. Os governos passados pelo Buriti (palácio do governo) nunca contaram com minoria. Talvez Cristóvam Buarque, que sempre foi petista. Mas os atos de Joaquim Roriz, sempre aprovados, deixam-no em posição cômoda, quase ditatorial. Manda e desmanda em suas decisões, na cumplicidade dos seus pares na Câmara. O caso das grilagens vai terminar, como diz Boris Cazoy, em pizza com goiabada.

Não vejo, e talvez alguém concorde, qualquer razão da existência dessa nossa Câmara Distrital. Isto aqui é a “morada do Presidente da República”. O cabresto desse território de 5.822,1 Km2 deveria estar nas mãos do Poder Executivo, que nomearia um governante de sua confiança para gerir a coisa pública, assessorado por administradores das satélites. O Tribunal de Contas da União seria o vigilante atento às decisões desse governante. O Tesouro Nacional não se desgastaria tanto; sobraria para causas mais justas.

Conforme o Correio Braziliense (22/12/02), “a remuneração dos distritais segue o artigo 27 da Constituição Federal, que fixa em até 75% do salário dos parlamentares federais o teto de pagamento para os deputados estaduais”. Pelo efeito cascata, os nossos distritais embolsarão a mais, a partir de janeiro, R$3.330,00.

E, “na calada da noite”, na última sessão do ano, os nobres deputados distritais aumentaram os seus salários, que de R$6.210 passarão para R$9.540. Mais uma “verba indenizatória” de R$5.250. Ainda não bastasse, a Câmara lhes paga conta de celular de R$1 mil. Para pagamento dos seus funcionários comissionados, a verba de gabinete chegará a quase R$43 mil por mês.

Essa é a orgia com o dinheiro dos nossos impostos que fazem aqui e nas demais cidades desta ”pátria amada e idolatrada”, principalmente por esses homens a quem confiamos os nossos destinos.

É a história, sem fantasias, da Gaiola de Ouro do Distrito Federal.



Brasília (DF) – 23 / 12 / 02











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