NUANCES DE MULHER
Edna Berta
A força disfarçada
Afinal, há de ser delicada
Delicadeza inerente à condição de mulher
Mas sempre pronta para o que vier
A lágrima quente queima o coração
Mas não fere, apenas o transborda
Pois foi feito para dor ou alegria
É grande sua performance de discreta maestria
É lenda que tudo suporta
A verdade é que tudo assimila
Sofrer, chorar, se fortalecer
Sorrir, fazer sorrisos explodirem
Consolar, cuidar, arrefecer
Renascer, tropeçar... cair
E, mesmo que lentamente, se levantar
Não é realmente o caso de suportar
É tão somente a alquimia
De se moldar às situações
É ser dotada de tantas nuances
Que não há quem a alcance
É feito camaleão, dependendo da situação
Muda de cor, humor
Arranca, não se sabe de onde,
a força para se reinventar
Difícil de acreditar
Mas, não é sobre humana
Em absoluto
Chora, supera o luto
Afaga, reage, acompanha
Dizem que é bicho que estranha
É leoa se preciso for
É bichinho que passeia em flor
É regato calmo e cristalino
É onda bravia em desatino
Como quer a sabedoria popular
É difícil de entender
Mas quem disse que foi feita para ser entendida?
Mulher
Deus a criou para dar sentido à vida!
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