Usina de Letras
Usina de Letras
13 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O FAKE SOLITÁRIO -- 07/08/2006 - 06:36 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BOM DIA, TRISTEZA

J esperou em vão o telefonema noturno. Dormiram juntos, caminharam pela praia de mãos dadas pela manhã. Ela observando que as mãos dele eram tensas. Ele com mil segredos de pressões que não poderia revelar. Um homem preso no seu próprio mistério.
Era certo que a amava. Não queria tanto, mas o coração desconhece as razões. Morava sozinho, o destino em suspense por mil dúvidas,
a vida imprensada por mil dívidas.
Estava apegado, no entanto.
Ela quinze anos mais nova, pensando
talvez que comprometer-se poderia
fazê-la perder outros encantos da vida.
Ele querendo mais comprometimento, mas sem
confiar plenamente. Sentia que ela queria
estar com o espírito livre.
Sentiu vergonha de seus sentimentos apegados.
Antigamente o amor era tudo para as moças,
hoje não mais. Além do amor, tem a realização profissional, curtições independentes, espaço próprio, etc. Um amor apenas não realiza mais uma mulher independente. O que realiza? Ninguém se realiza completamente no mundo. Escolher um caminho é abandonar outros ao que parece. No entanto é um homem quase maduro, tem que ser forte. Por mais que balançasse em solidão e insegurança pela noite. Talvez fosse atencioso demais e isso a incomodava. Sabia que suas inseguranças vinham mais de fatores externos, sociais que dele próprio. Sim, tem as mãos tensas. Não apenas as mãos, mas a alma. Tinha que conviver com a miopia alta, as lembranças tristes que ficam no inconsciente como fantasmas adormecidos... Um homem escaldado e defensivo, J.
Um homem de conhecimentos especiais,
mas melancólico. Sentia quase inútil sua sabedoria diante da frieza do mundo.
Pensava seriamente em abandonar a pintura...
Riu por dentro quando pediram que escrevesse
sua biografia. Impossível. Era um dos últimos
samurais, J, preparando para combates
a qualquer momento. Acordou pela madrugada
e viu que o dia vai amanhecendo lentamente.
Resolveu que é melhor não mandar email de Bom Dia.
Sua atenção pode icomodar. Sentia-se rídiculo
com seus sentimentos muitas vezes.
Tem que ser forte.
Lembrou-se que quando era menino costumava achar
estranho a tristeza dos homens. Não entendia.
Hoje entendia como ninguém.
No entanto é preciso prosseguir.
Pega a papelada do seu divórcio, põe na bolsa
e decide resolver logo isso.
A ex esposa agora parecia uma coisa surrealista.
Nunca o conhecera. Lembrou-se de seu
conselheiro dizendo:
"Nunca deixes de ser benévolo as pessoas."
Chegou a manhã. J se transforma no anjo alado
da Net.
Só ele sabe o quanto aquele fake era ele próprio.
Não esperar nada de ninguém. Nem incomodar.
Só ele se preparara para viver servindo.
Ele a tem? Não sabe. Talvez ele apenas
não seja uma felicidade em si para ela.
Apenas um evento exótico, mais uma novidade.
Assim, J percebe que não tem argumentos.
Só perplexidade e sentimentos.
O mundo não perdoa os anjos; os anjos não
perdoam o mundo.
Triste metáfora.
J concluiu para si que será um fake até o
juízo final. O vizinho o vê na janela
dá Bom Dia. J transforma-se lentamente,
enquanto se despe a manhã
no anjo
e não pede nem espera mais nada, apenas
ama em silêncio.
Cumpre sua sina de Fake solitário.

07.08.2006

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui