Em Busca da Paz
Sangra o meu coração
Gotas púrpuras tingem
As rosas brancas da paz.
Ferido o coração pálido
Pulsa em descompasso.
Respiro com dificuldade,
As pernas já não respondem
Os reflexos do meu cérebro.
Busco forças e não as encontro,
Vejo imagens distorcidas,
opacas, inanimadas...
Olhos fechados
Pelas pálpebras de chumbo,
Lutam com o claro e o escuro,
Sinto a boca seca
E o gosto acre da morte.
Soterrado pelos escombros
Pedras, cimento, poeira...
Entranham em minhas feridas
Resquícios do ódio de uma
Guerra não santa.
Vejo-me em câmera lenta:
Líderes religiosos e comunidades.
Miséria, ditadura, racismo, fome,
Desamor, raiva, intolerância...
Ouço sons de violinos distantes
E anjos cantando.
Paz não é filme de ficção
Ou utopia dos incrédulos.
Paz é uma linha tênue entre
O bem e o mal
A Paz está dentro de mim,
De nós e de ti.
Sorrio com o gosto amargo da dor,
Vejo corações brancos
Multiplicando, adicionando e
Contagiando.
Acredito no sonho.
O meu sangue,
Não manchará as rosas brancas,
Impregnarão de perfume suas pétalas.
Será a metamorfose do ódio,
Sinergia dos povos,
Simbiose do riso e o coração branco.
03/09/03 Getúlio Silva
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