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Poesias-->a -- 14/02/2012 - 11:12 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Desde aquela noite iluminada de meados dos anos setenta,  já distante no tempo, 



onde descobri-me, ainda menino,  torcedor americano, num dia em que o America



fora derrotado pelo Flamengo por dois a um, sendo que o resultado ,segundo os comentaristas



disseram.  fora injusto e o time da Gávea sendo favorecido.  Desde então, 



movido pelo senso de justiça e amor, sendo cativado pelo clube 



que causou-me e causa tantas e sublimes emoções, 



passei a sentir-me em débito com o mesmo. Além disso, 



tornar-me America passou a ser uma influência definitiva



em minha personalidade e no meu destino., trazendo-me fatos e relações



que são partes indissociáveis de mim.  Quando escolhemos nosso clube de futebol



há, sem dúvida, algo de místico e espiritual atuando.  O America nunca foi e nunca será



um clube de "massa", pois não dispõe das facilidades dos rivais, porém



é um clube único do mundo em seu carisma  de ser querido. 



Como disseram os autores de nossa história no sacro livro Campos Salles , 118,



Orlando Cunha e Fernando Vale, "não há limites para as emoções que o America, esse campeão dos campeões, 



nos pode causar". Sou testemunha boquiaberta de ver que quando o America está em vias de disputar





Hoje, sinto que nosso amado clube e os americanos verdadeiros, aqueles que querem dar



POLITICAMENTE INCORRETO, HUMANAMENTE FELIZ



Estar num estádio de futebol, vestido com as cores de meu time dos pés a cabeca, patético e sem nocão. Uma cerveja gelada, eventualmente um cigarro fumado nervosamente;



soltar centenas de palavrões por minuto, exaltado, ilógico, blasfemo, hilário. Isso tudo faz a felicidade sem igual de um autêntico torcedor de arquibancada. Nessa vida, onde temos que parecer sempre o que não somos, estar insensato pelo meu time é como estar diante de Deus, puro de coração" .



Nessa vida, esse é um dos meus grandes momentos. Os fanáticos de todo mundo se entendem. 



 



 



 







 







No Maracana, pela primeira vez.







Em nossa vida de menino há aqueles momentos de fulgurantes intuições que nos levam a atos

que ficarão para sempre marcados em nossa memória enquanto vivermos.



Foi assim que comecei, quando todos em casa e no bairro já sabiam que eu

era o garotinho fanático pelo America, com uma paixão que beirava o sobrenatural,

a pressionar meu padrasto para levar-me pela primeira vez no Maracana. Capitão Mike,como bom capricorniano,



não era de facilitar sem levar nada em troca e teria que ser um America e Flamengo para estimulá-lo

de forma a não permitir sabotagens dele para que eu tivesse meu sonho realizado.



O ano era 1978. Uma bela tarde de domingo. E não poderia ter sido escolhido um jogo melhor. O America entrou em campo de branco e aquele branco parecia , ou era, divinal. 



Esse jogo entrou para história porque o ponta esquerda do America, Silvinho, 



fez um verdadeiro gol de placa no empolgante empate de dois a dois.



Ao entrar e vislumbrar o interior do estádio, dei de frente com a torcida do America

do outro lado, num número muito inferior ao contigente rubro-negro. Esse primeiro impacto deu-me

novamente uma sensação de injustiça. Havia ,porém, naquelas faixas em vermelho e branco

 uma nobreza, uma magia, uma sina que logo percebi que ali , entre aquela gente, estava meu lugar e pressionei

meu padrasto --  eu que estava vestido de America dos pés a cabeça --- para que me levasse até lá. 



As faixas diziam "Torcida Organizada", "Torcida Belfort Duarte" e outras. Só sosseguei quando

percebi que deixava para trás o lado rubro negro. Lembro-me que gritei

e vibrei como nunca, sobretudo porque o dia era do Silvinho, que infernizava 

 pela ponta esquerda. 

 Meu padrasto, anos depois, ele que tinha a mania de criar ficções e sustentá-las

como se fossem realidades, disse que eu gritava "vai, Silvinho, vai, Silvinho"

e que os outros gritavam "cala a boca, galego".

 Não posso negar que o capitão Micke foi um dos 

humoristas mais sofisticados que conheci nesse planeta 

divertido, quando os seres sem imaginação não estragam a nossa vida

com a estupidez. 

Como explicar a comunicação que sempre houve entre as cores e coisas do America e minha alma?

O jogo terminou dois a dois e ficou na história do clássico. 

Eu sai orgulhoso do meu time do Maracanãe e com o senso

perfeito de que a partir daquele momento, e para sempre, ser cidadão americano. 



O BOLO DE QUINZE ANOS



Quando mudei para sao cristovão, em 1980, dentre os meus amigos todos nenhum foi mais chegado que o Mario, que era tricolor como o pai dele.



Tinhamos uma relação  de irmandade, pois  embora eu fosse o craque do Mourão Futebol Clube, time da nossa rua que criei, era Mario quem era o goleador, embora não fosse de grandes habilidades com a bola. Mas ele , porém, garantiu muitas e grandes vitórias para o nosso time.



Entre os dias de maior sofrimento que coube-me viver como torcedor rubro, anote a viagem que fiz a São Paulo no início dos oitenta para ver um America e Corintias no Pacaembu. Convenci o Coelho, filho do seu Brandão, que era meu companheiro americano do prédio a ir comigo e foi mais fácil do que pensei, pois Coelho além de goleiro do Salão do São Cristovão era um cara mais reservado e trabalhava na banca de jornal. Eu não sabia que São Paulo era frio e a caravana partiu a meia noite de Campos Salles. No meio da madrugada, eu sentia-me um miserável da Sibéria, encolhido na cadeira tentando proteger-me do frio. Garoto desavisado, eu era. Chegamos a Sampa com a aurora e eu vivo ainda, apesar do purgatório da madrugada. Passamos o dia nas cercanias do estádio, a espera do jogo. Perdemos por dois a zero e no segundo tempo a massa corintiana liderada pela Gaviões veio imensa para nosso lado e pensei que era nosso fim, mas vieram nos cumprimentar calorosamente. Nesse dia, devo ter aprendindo que devemos sondar os territórios que vamos, antes de meter o focinho sem filosofia. Eis uma lição que aprendi pela metade com o America.



Com minha mudança para São Cristovão, naqueles primeiros tempos de bairro, tendo a facilidade de ser um bairro central, eu ia aproveitando para levar minha paixão rubra onde fosse possível. Havia, naquele tempo, um programa muito original chamado “Conversa de Arquibancada”, onde participavam figuras como o Russão, fundador da torcida folgada, que conheci nessa minha ida e faleceu esse ano. Nosso bravo representante era o Nilo Sérgio da torcida organizada. Desejoso de ir ao programa e sendo o garoto quixotesco que era, procurei entrar em contato com o Nilo para que ele levasse-me. Acredito que por ser uma torcida seleta e proporcionalmente menor que a de nossos rivais, temos nós os rubros um instinto algo maternal uns com os outros, pois somos preciosos uns para os outros. Nilo topou na hora levar-me, responsabilizando-se perante minha saudosa mãe. Eu o esperava de véspera, vestido a caráter, no melhor estilo Tia Ruth e acredito, se me recordo bem ou se não está essa minha memória me inventando fábulas, que bati na porta do seu Brandão para avisar da minha façanha. E não apenas apareci no programa como fui citado como um dos “americanos presente”. Quanto ao Russão, a torcida do Botafogo devia fazer um boneco pra ele, que a meus olhos de menino era o que ele me parecia: um boneco.



 



 



Há pessoas que ousam entrar sem oração em certos projetos.  Não é meu caso.  Não consigo falar sem consultar os deuses do ano de 1982, o mais glorioso que já vivi em termos competitivos.  Já começa com o Império Serrano , minha escola de coração, sendo campeã com o antológico “Bum Bum Paticubum Burugudum”. Madureira vibrou como nunca.  E no correr do ano o America, com aquele time que reputo como um dos dez mais de todos os tempos do futebol mundial, conquistou dois campeonatos históricos, tornando-se o primeiro campeão da Taça Rio e Campeão dos Campeões, o que é o mesmo que um campeonato brasileiro  copa do Brasil,  nos moldes de hoje. Fosse o título ganho por um time de massa e o mesmo disputaria o título mundial, o que era muito justo.



 



 



Marola  estava comigo em 1982, na conquista americana da Taca Rio. quando



a  torcida do Fuminensse aplaudiu de pé lindamente nossa vitoria. O que, porém, faz-me retornar 



a essa quadra da vida e imortalizar o nome de meu amigo de puberdade, foi o bolo de quinze anos



que ele fez para mim, com um escudo do America em vermelho no seu designer clássico sobre um fundo



de açucar branco. Graças ao Mecão tive a sorte de ter uma festa de quinze anos inesqucecível



na memória e a partir de então esssa data deixou de ser especial 



apenas para as mocinhas, mdando um paradgma importante na história do mundo.



Mario hoje é um homem de bem, um motorista de taxi  que vive deixando



e voltando para mulheres e cigarros, um personagem que penso



daria um documentário excelente sobre a vida urbana moderna. 



 



 



LUIZINHO GUERREIRO E O CRUCIFIXO DE LATA



 



A despeito de uma parte de nossa torcida colocar em questão a lealdade de Luizinho Gurreiro,



com o clube, ele é um de nossos ícones mais emblemáticos, um símbolo de nossa história.



Era em campo um lutador, oportunista, carismático,  incansável, emocional, parecia



multiplicar-se em campo, sem bolas perdidas. Eu o escalo no meu America de todos



os tempos,  Numa de suas passagens pelo clube, as coisas não estavam nada bem,  os gols não saiam, eu 



resolvi interferir com a força sobrenatural.  Eu tinha o hábito de chegar muito cedo aos estádios, doente que era.



E fui, nesse dia de fé, levando um crucifixo de metal pendurado a um cordão  que não me recordo



como o tinha comigo.  Estava decidido a passá-lo ao nosso artilheiro. 



Chegando na porta do vestiário, o treinador, que não era um nome conhecido,



sequer me recordo contra quem jogavamos, já ia fechando a porta  dizendo-me que



eu não poderia falar nesse momento com o artilheiro, quando de repente Luizinho



que parecia ter ouvido a conversa e do que eu vinha fazer, veio falar comigo,



ignorando o treinador que segurava a porta entreaberta.



-- Pode falar garoto, o que é?



--  Luizinho, eu trouxe isso aqui para você, disse-lhe estendendo



já o meu patua. É pra dar sorte.



-- Obrigado - respondeu levemente emocionado.



Depois de ter visto e falado com meu ídolo, passando-lhe



o meu modesto presente, dei-me por feliz e devo ter me sentido 



uma espécie de Anjo Escarlate. 



 



MAMAE , TO NA TELEVISÃO Marcelino Rodriguez Com minha mudança para São Cristovão, naqueles primeiros tempos, tendo facilidade de ser um bairro central de fácil locomoção, eu ia aproveitando para ir levando minha paixão rubra onde quer que fosse. Havia, naquele tempo, um programa muito original feito de torcedores"Conversa de Arquibancada", onde participavam figuras como o Russão fundador da folgada, que conheci nessa minha ida. Nossa bravo representante era o Nilo Sérgio, da torcida organizada. Desejoso de ir ao programa e sendo o garoto quixotesco que eu era, procurei entrar em contato com o Nilo para que ele me levasse. Acredito que por ser uma torcida seleta e proporcionalmente menor que a de outros clubes massificados, nós americanos temos um instinto algo maternal uns com os outros. Os americanos possuem um prazer de estar entre seus pares. Nilo topou na hora levar-me ao programa e foi em minha casa buscar-me, responsabilizando-se com minha saudosa mãe. Eu já a caráter, no melhor estilo Tia Ruth e acredito, se me recordo bem ou se nao esta a memória inventando fábulas, que bati na porta do seu José Branda, o único patriarca americano do prédio para avisar da minha façanha. E não apenas apareci no programa como como pude apresentar-me e ser citado como "americano presente". A torcida do Botafogo devia fazer um boneco para o Russão que , a meus olhos de menino, foi como ele me parecia. Um boneco.



A DESPEDIDA DE CHICO ANÍSIO



Enquanto os homens inutilmente tentam se matar e ficam se perseguindo nos níveis espirituais como almas penadas, gozo como escritor americano de uma mediunidade privilegiada de psicografia, o que me torna evidentemente modesto por natureza. Tudo é sobrenatural. Se não fosse, porque estaria eu uns dois dias antes da morte de Chico Anisio, lendo seu blog? Pelo fato dele ser americano de origem e de depois de velho fingir-se de vascaíno, o que nada mais era que um refinamento de seu humor , pois todos sabemos que um homem pode trocar de mulher, religião, Deus, mas de time de futebol após os quinze anos é completamente inconcebível. Como artista, Chico dispensa comentários: era gênio.



Suas entrevistas eram uma aula de excelência humana. “Só se pode adquirir cultura de três maneiras, lendo, vivendo e viajando, ele dizia.” Como torcedor rubro foi desconcertante de humor negro.  Ele contou para Leda Nagle a suposta virada sua de casaca.



-- “Eu estava em São Januário e o America precisava de um empate. Ganhava de um a zero e faltando poucos minutos perdeu de três a um para o Náutico. Então pensei que já estava velho demais para sofrer e desisti.”



 



 



 



 



O Botafogo até que ganhasse o titulo de 1989, com gol do ex rubro Mauricio ( para mim gol irregular, pois ele empurrou o zagueiro do Flamengo) amargava jogos e  mais jogoscom suas arquibancadas vazias. Era um divertimento neurótico o meu ficar comparando os públicos de nossos jogos com os jogos do alvinegro. Em geral, nossos jogos eram mais concorridos. Num  um jogo nosso contra os botafoguenses, nesses tempos de vacas magras do rival ,  que cometi um ato arrogante e antiético. Nessa época, diga_se de passagem, eu me importava tanto com valores morais quanto as pedras no chão. Era um jovem inteligente, mas meu caráter tinha lá suas ambiguidades. Enfim, como os botafoguenses estavam em menor número, resolvi com a camisa do America dar um passeio na parte deles na arquibancada e logo que la cheguei um garoto menor que eu veio protestar e tive uma súbita pena dele. Senti-me (e era) um predador invadindo o espaço alheio, prejudicando a cadeia alimentar.  Nisso, sou surpreendido com um chamado do cantor Aguinaldo Timoteo, que estava sentado solitariamente. Comvidou_me o cantor, a mim e ao outro garoto que me acompanhava.  para tomar um lanche e comemos com tudo  pago pelo cantor, que foi muito gentil e amigo e conversamos algumas amenidades. Esse lanche com o cantor de "Verdes Campos Do Meu Lar" é uma das raras lembrancas felizes que jogos contra o botafogo me trouxeram.





















 



COM MEU PAI NO ANDARAI



Com meu pai vi apenas um jogo do America contra o Bangu, 



no saudoso Andarai.  Exlatados, nós dois comandamos



uma escarrada  coletiva no juiz , o que hoje



já convertido nos valores espirituais faz-me pensar 



ao recordar isso, que terei quando for para o céu 



que pagar antes umas cestas básicas na justiça celeste.



Qyal dentre nós não tem uma safadeza no passado



do qual se arrependa. Como disse Jesus, atire a primeira pedra



que nunca pecou. 



Claro que meu pai foi um dos primeiros a saber



que eu era torcedor do America  e a reação dele foi dizer que eu 



poderia ser qualquer coisa, menos Flamengo (o motivo é hilário,



mas não contarei.  O mundo não anda sofisticiado para entender humor)



Convenci que levasse-me para ver esse clássico antigo



e no estádio Wolney Braune, trinta or cento de banguenses



mostravam-se presentes com aquela bandnha que eu achava insuportável.



Meu pai se exlatava no jogo, sem ser America; o estádio, lotado em vernelho e branco tinha gente



até no morro defronte. Bons tempos!



O jogo terminou empatado e o juiz em petição de miséria. 



Não lembro se foi zero a zero ou um a um. 



O que vale é que percebo hoje que meu velho espanhol



tinha um talento muito especial para deixar-me



um canal 100 de lembranças. 



 



 



VIDA DE TORCEDOR DO AMERICA E EXILADOS





Passei parte da madrugada conversando com meu Amigo Cid, torcedor do América

como eu, morando e trabalhando atualmente na Australia. Falamos sobre nossa

cerveja futura em suas férias, sobre futebol, amor e Brasil.

- Então meu caro! como é a qualidade de vida na Australia?

- Excelente.

- Pois é meu caro! por aqui eu jé era pra estar rico, se o povo fosse mais

responsável e comprasse livros. O Governo não me atrapalha em nada. Só o

povo.

- O problema do Brasil é o brasileiro.

- Verdade. Se não reformar essa educação já era. Você viu, elegeram o Maluf,

O Clodovil.

- E o Collor?

- Pois é barco à deriva...

- Mas posso te confessar uma coisa?

- Fala.

- Vida de emigrante é uma merda. Te discriminam.

Acham que era um da terra que devia sentar perto da janela.

- Eu sei o que é isso, meu caro! sou meio estrangeiro em toda parte.

Também fico triste quando vou sair pra lutar pelo povo

e tenho que lutar contra o povo. Fica por ai. Voce tem competência,

eu estou aqui porque não deu pra sair de novo e não me dou bem

com aviões. Aqui tem que se trabalhar pras novas gerações.

Essa que ai está já era.

Fiquei pensando no Cid. Ele exilado lá, eu exilado aqui.

Mas ao menos somos americanos, nos encontramos em dezembro.

Nem tudo está perdido nas cadeias virtuais que nos cercam.

As vezes por brechas e trincheiras, achamos um coração

que nos deixa repousar um momento.

Eu e Cid, cidadãos do mundo, nos encontramos num desses milagres.



 



ENTREVISTA QUE DEI NO SITE DA FUTNET



Torcida promete apoiar Diabo na SegundonaMatheus Laboissière 

Belo Horizonte - MG 

Depois do rebaixamento, ano passado, para a Segunda Divisão do Campeonato Carioca, a torcida do América começa a se acostumar com a dura realidade em que o clube se encontra. A competição terá na início no final de julho. 



Os torcedores ainda não conhecem os elencos das equipes adversárias, que ainda estão em fase de formulação, mas já destacam os prováveis algozes na disputa pela classificação à 1ª Divisão do estadual. 



O compositor e percussionista Jorge do Batuke diz que é "difícil destacar [alguma equipe], pois ainda estamos longe da competição". Mas ele dá seu palpite: "Times como Olaria, Nova Iguaçu e Aperibense foram bem na última edição". 



Perguntado se vai acompanhar o Diabo no estádio, o torcedor foi categórico: "O pacto de vitórias do América é `Nunca abandonar o América mesmo nas maiores crises`. Cumpro-o à risca", afirma. 



O escritor Marcelino Rodriguez também não possui muitas informações acerca dos adversários, mas acha que "os times apoiados por prefeituras e empresas devem ser mais fortes que os tradicionais que disputavam o Campeonato Carioca, como São Cristovão e Bonsucesso, por exemplo". 



Ele garante que vai apoiar o clube nos jogos da Segundona. "Eu estou apoiando a nova diretoria com o que posso fazer do meu trabalho e diria que nós, torcedores, estamos muito mordidos com a covardia que fizeram de tirar o América do rol dos grandes do estadual do ano passado, que favoreceu claramente Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco", reclama. Mas ele reafirma o quão "gratificante é para mim estar com a torcida do América, pois tenho grandes amigos por lá". 



O América terá pela frente 25 equipes na luta para se reerguer. É a primeira vez que a tradicional equipe carioca disputa a Segunda Divisão do Campeonato Carioca. 



15 de janeiro de 2009



 







COM SILVINHO, NO VASCO



A gente descobre fundamentos e coisas voltando ao passado. Talvez a memória seja algo educativa do nosso espírito. Sim, a memória é um portal para a poesia e para o mistério. 

Silvinho ficou pouco tempo no America, infelizmente. Ele que foi o primeiro ídolo que vi jogar ao vivo. A cobiça do clube da colina o levou para São Januário. 

Então, o que eu tinha ido fazer, num dia qualquer do início dos anos oitenta,  em São Januário? O que estaria eu fazendo ali, num treino do Vasco? O clube cruzmaltino foi meu vizinho por décadas e nunca despertou-me entusiasmos maiores. Em 1980, inclusive, assistir o Fluminensse ser campeão carioca com o gol de falta do Edinho e eu estava com um colega vascaino na torcida do Vasco, torcendo mais para o Tricolor, cija torcida fazia uma festa como poucas vistas no



estádio. 

O caso é que agora conversava com um dos maiores pontas esquerda que vi jogar. Conversava e chorava copiosamente. E do meu dramático encontro pessoal com o craque, ficou esse trecho de nossa conversa gravada no espírito. 

-- Por que voc esaiu do America?

-- Bem, eu tentei ficar, mas os dirigentes do clube não me deram valor. Eles pensam como pequenos. Infelizmente. 

Nossa conversa demorou uns vinte minutos a beira do campo. Essa frase.  porém,  "eles pensam como pequenos" ficou no meu espírito como uma ordem de despejo, uma maldição. Não perdoo dirigente medíocre dentro do America, e como houveram deles. Percebo que o clube poderia ser melhor trabalhado e defendido. A conversa com meu ídolo ali no campo do Vasco levou-me a confrontar a realidade de estar a vida do clube  sempre entre o feijão e o sonho e a águia e a galinha, o sonho e a necessidade. 

 



 



LUIZINHO GUERREIRO



 





 









 



 



"Ahaahuu", o maraca é nosso!!!!!  Naquele ano de 2006, eu ia sabendo aqui e ali, misteriosamente, que o America estava fazendo uma boa campanha. Comecou a despertar em mim, aos poucos,  a mesma velha chama, a tanto tempo adormecida sob as cinzas da decepção  e da revolta. Perguntei ao R... , que foi o primeiro americano que conheci na virtualidade,  se o time estava bem e ele disse que sim. Ate que dobrei minha resistência e ,depois de muitos anos.  resolvi ouvir um jogo no rádio; foi a nossa vitoria sobre o Botafogo por dois a zero. Estavamos numa semifinal e eu ja havia decidido voltar pra guerra e já vinha articulando por uma rede social a criação de uma torcida, ainda sem nome.  Ja tinha conhecido muitos outros americanos e aos poucos ia reencontrando os membros antigos da Inferno Rubro, que conheci menino. Fui um dos primeiros a chegar no Maracana ainda vazio e logo depois avistei a figuraca do R ... do outro lado com uma bandeira pequena nas costas, amarrada ao pescoço.  Depois veio a Deby e nesse dia oficializamos a fundacao da orkut vermelho. Deby  era uma linda garota de olhos verdes, cujo pai era americano e ela vivia saudosa dos tempos que ia nos jogos com o genitor De repente.  comecei a ouvir um grande runor, uma gritaria festeira e pensei logo que era a torcida da Cabofriense que tinha chegado;  pensei que pelo que ouvia iamos ter uma torcida rival na noite a altura. O barulho ia aumentando, chegando perto. Qual não foi minha surpresa quando vi adentrando nosso lado com bandeiras enormes e gritos de "Sangue"  dezenas de jovens morenos, negros e brancos formando uma massa com as cores popular da Baixada Fluminensse. Havia esquecido que o America agora tambem era, confirmando o carisma de sua singularidade, um clube da Baixada. um "Patrimonio do Rio". No jogo,  percebia_se que realmente o futebol havia mudado; era mais compacto e retranqueiro. O Mecão  era melhor, mais técnico em campo, com Robert cadenciando o jogo. A Cabofriensa avançava, porém, em contra ataques fulminantes. e assim veio o empate de um a um, levando o jogo, para nosso desepero para os penaltis. Brincavamos na arquibancada que iamos perder alguns velhinhos. Vieram os penaltis até que no último, com as pontas dos dedos, o nosso goleiro Everton mandou a bola, que ainda raspou na trave,  para fora e ali foi como se o tempo novamente parasse, como senti em 1982.

 O mais emocionante, porem, que ainda hoje ao recordar os olhos marejam em lagrimas, foi a festa dos jogadores, registrado muito lindamente no dvd gravado pelo Ribeirinho. Os jogadores correram para o nosso lado e conosco dançaram e cantaram; o craque Robert as lágrimas. Tenho certeza que em clube algum que ele tenha passado,  tenha sentido uma emoção  tão grande. eles no gramado. Nós  na arquibancada. uma festa rubra com certeza. Bastou que o america recebesse um pouco de atenção e investimento, o que fez Jorginho num trabalho brilhante que o premiou com o convite da seleção brasileira, para que as asas do anjo escalate voltasse a ditar as cores da cidade. e nessa semana que antecedeu a grande final, alguns outdoors apareceram  dizendo que o Rio voltara a sorrir. o America estava na final.  Vale ressaltar que quem quiser entrar em contato com a emoção sobrenatural desse momento, basta ouvir o registro que esta no Cd "Soy Louco por Ti,America" do compositor e sambista americano Jorge do Batuque na voz ao vivo do Luis Penido.











ser ou nao ser famoso? 



eis a questao. ainda bem que para ser ou nao extinta do planeta a humanidade nao dependa do meu voto. o que ja fui atrapalhado em objetivos nobres entre outras invejas e sacanagens que ja passei por ai faria chorar os mais otimistas em relacao a "nossa especie". tendo eu ja uns dez livros escritos e com uma literatura que nao da pra jogar o merito pra debaixo do tapete, pleiteei que o pessoal responsavel pelo site do clube pusesse meu nome entre os torcedores ilustres. ja estava me vendo la entre joao cabral, tim maia, marques rabello, dona ivone laura e outros rubros fanosos.nao esperava que meu humilde desejo de unir o nome do clube ao meus provocaria uma comocao e uma confusao tao grande que tiraram do art esse link dos famoso do site, depois de uma discurssao acalorada que durou quase uma semana na comunidade.quase houve vias de fatos e homicidios entre partidarios e opositores a se eu era ou nao um cara famoso, um "ilustre". algus opositores chegaram a levantar a veracidade de minhas pobres medalhas e premios. claro que entre esses estao aqueles que sao incapazes seja por estupidez ou inveja a apoiar o companheiro do proprio clube social. e meus amigos e partidarios tambem nao deixaram por menos. acabou que tiraram o topico do ar e o proprio link de torcedores ilustres. eu acabei me divertindo com a situacao como me divirto ate hje quando quero fazer algo edificante e me sabotam. nao luto contra nao. deixo o mundo sem luz mesmo. melhor que aqueles que nao sabem amar vivam no escuro.dimensao pobre essa. bem, vao vendo ai como e a vida de quem necessita de reconhecimento alheio quando isso nao pode ser posto na forca. infelizmente, esse nivelamento por baixo vem da fraca educacao de base que nao chega a formar seno por milagre alguem que seja brilhante.





 





São Paulo Faz frio, caravana contra o corintias



Nao pensei que o Sergio Coelho aceitaria ir a Sao Paulo tão facilmente. Comentei com ele que sairia ônibus da sede para o jogo contra o Corintias pela Taça de Prata. Ele, porém, para minha surpresa aceitou ir e no dia marcado. Saimos da sede a meia noite. A caravana rubra veio em três omibus, se não me falha a memória.logo o onibus mergulhou no silêncio e eu no desamparo do frio. Sentia_me um heróico e grande sofredor. aguente todavia, resignado, portando apenas a camisa rubra na parte de cima do corpo, encolhido no asse. chegamos a São Paulo pela manha. lembro_me de ter ficado um bom tempo antes de entrar no na praça em frente ao estádio. o jogo? Perdemos de dois a zero. Jogamos mal. No segundo tempo, aquela multidao da Gavioes da Fiél vinham em nossa direcao, pois o Corintias atacaria para nosso lado. pensei rapidamente que "seriamos esmagados", porém os corintianos nos vieram cumprimentar cortesmente e deixaram_nos com um excelente clima de camaradagem e acolhimento. DETIDO CONTRA O BOTAFOGO



Marcelino Rodriguez

 



PELADA NA SEDE, CREPÚSCULO DO CRAQUE QUE FUI



 



Quantos seres humanos nesse país conhece as quatro nobres verdadade do Budismo?

Pude sentiir na pela, ao organizar a pelada de torcedores no Templo de Campos Salles, 118,  em 2009, duas dessas verdades:



a impermanência e a dor.  Os troféus faziam homenagens



a seu Edevair de Souza Farias, pai do Romário e ao Dario, maior líder 



de nossa torcida  nos tempos modernos, fundador da inferno rubro.



Eu que outrora fora uma das maiores promessas



do futebol , uma lenda em Santíssimo onde jogava até nas categorias



de principais de um dos clubes do Bairro, com  a camisa dez. E depois que deixei a carreira



dos gramados pelas letras, abatido pelo carma da miopia, um boêmio de ficar sem dormir meses, sendo



um copo temível.   As verdades do Buda começaram a mostrar-me que 



o tempo passa até para os ganhadores do Oscar e na primeira pelada, depois de passar 



a noite em claro na casa de umas periguetes, perdi a hora



e quando acordei, meio dia e meio com um sol de fim de mundo, 



peguei um taxi e levei o troféu para um representante do time vermelho, 



que era minha equipe.  Na outra pelada, no mês seguinte, 



pude ver no campo da sede que ali era minha despedida oficial



e que o tempo havia chegado. O menino craque que fui



parecia uma encarnação passada e senti a verdade da dor. 



A  minha mente mandava as pernas os comandos das jogadas geniais, 



porém as mesmas já não obedeciam. Doia o corpo todo



e o folêgo já não era mais o de um atleta de ponta. 



Sei perfeitamente a sensação que tem um craque



ao ver que sua hora chegou. Ainda por cima, o goleiro Leonardo,



destaque do time branco, resolveu agarrar as poucas chances de gol que tive. 



Tornou-se uma parede.  Era o fim de um mito no futebol. 



Pensei enquanto as cervejas no bar esperavam-me


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