Eu estava perdido naquela região. Uma mulher caminha em direção oposta à minha. Tive que apressar os passos a fim de me aproximar dela e pedir-lhe uma informação sobre o caminho que deveria seguir. Mas, eis que ela se assusta com minha presença e começa a correr fugindo de mim. Maneiro os passos, prossigo lentamente, e observo que ela se acalma, porém, já mudou o roteiro de sua caminhada. De vez em quando, me lança um olhar apreensivo e continua a avançar mais tranquilamente.
Então eu grito:
– Senhora, poderia dar-me uma informação?
Ela responde sem olhar para trás:
– Em minha casa, meu marido poderá lhe fornecer a informação que desejar.
– Então, posso lhe acompanhar?
– Mantenha distância e siga os meus passos, se quiser saber algo.
– Tudo bem. Encontro-me perdido nesta região e desconheço o caminho de volta.
Ela não responde e continua seu passeio. Por fim, chega a casa. Logo depois, chego eu.
– Olá!
Ela grita lá de dentro:
– Meu marido não chegou ainda. Pode aguardá-lo aí fora, e logo terá a informação que deseja.
– Estou com sede. Poderia arranjar-me um pouco de água?
Ela me traz um copo com água. Bebo a água.
– Seu marido vai demorar?
– espere mais um pouco. Ele está para chegar.
Ela retorna ao interior da casa. A mulher está só, e o marido não chega.
Bato na porta.
– Senhora!
– Talvez meu marido só virá pela madrugada.
– E a informação?
– Só ele pode dar. Não conheço bem isto aqui.
– Estou com frio.
– Entre para se aquecer um pouco. Dar-lhe-ei um cobertor.
– E o seu marido?
– Ele vai entender sua situação.
Entro. Ela me diz:
– Vou preparar um café.
Só tem uma cama de casal no recinto. Ela me convida para deitar, e me dá um cobertor. Fico sem jeito, mas, movido pelo cansaço, aceito o convite e me deito.
Sem cerimônia, ela se deita ao lado.
– E o seu marido?
– Ele vai compreender.
O marido não chega. Ela diz:
– Estou com frio.
Finjo não escutar. Meu corpo todo estremece. Ela se mexe e arrasta seu corpo para junto do meu. Fico tenso. Ela diz:
– Tive medo de você, mas agora é diferente. Não tenho mais medo.
Eu continuo calado. Ela coloca sua perna em cima da minha, e tudo começa a acontecer. Acontece tudo, e mais ainda.
Depois de tudo, acordo bem cedinho. Ela já está na cozinha preparando o café. Pergunto:
– E o seu marido?
– Ele é um guerreiro. Foi para a guerra. E você?
– Eu... Sou um cavaleiro medieval.