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Cronicas-->Reunião de Pais -- 09/01/2000 - 11:11 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há alguns dias estive numa reunião de pais em um colégio novo para o qual talvez Juliana se transfira. Este tipo de reunião sempre fornece muito material, pena que eu esqueço. Mas há os tipos clássicos.

Inicialmente o pessoal da escola forneceu as informações e esclarecimentos necessários. De forma simples e objetiva deu o seu recado, que parece muito bom. Depois o suplício.

A mãe pergunta quantos alunos haverão na sala de aula. O professor responde que serão no máximo cinquenta e explica que, com a área adequada e a experiência dos professores que são os melhores da cidade o rendimento será muito bom. Mas deixa claro que este é o número máximo. As perguntas seguem. Enquanto isto a que perguntou gesticula para a amiga que está mais a frente e movimenta os lábios dizendo: Pergunta. Vão ser cinquenta por sala. É muita gente. Pergunta, pergunta.

Do outro lado da sala outra mãe se levanta e pergunta.

- Quantos alunos terão em cada sala? Por que eu acho que um número muito grande não permite um bom aprendizado. E segue um bla blá blá interminável.

O professor repete o ponto de vista da escola e novamente ouve uns três ou quatro "eu acho". Este povo acha demais. Na realidade eu não pretendo reproduzir. Eu não conseguiria. Apelo para que lembrem das reuniões de pais de que já participaram e saberão do que estou falando.

A senhora que estava ao lado de Inajá dormia enquanto a filha passava batom. Ao acordar, comentou que estava quente e perguntou quantos alunos teriam em cada sala.

Há aqueles que em lugar de perguntas dão palestras. São questões tão longas, cheias de "enquanto" e "a nível de" que, ao final ninguém sabe mesmo qual a pergunta. Pena que não sei reproduzir os gestos. São verdadeiras conferências demonstrando a erudição da platéia, ainda que no meio escape algum palavrão. Acho que alguns querem ganhar nota, pois repetem toda a explanação feita pelo pessoal para no final fazer sua pergunta. Alguns nem perguntam, repetem e dizem que a escola tem todo o seu apoio. Há os que simplesmente repetem, talvez para que não pensem que não entenderam. Pior é quando repetem errado, dando margem a novas perguntas sobre o mesmo tema. Professor sofre.

E os casos particulares. Vários insistiam em contar seus casos particulares, incluindo as características de cada uma das três filhas e como cada uma deveria ser tratada. Aproveitavam para falar de sua experiência de vida e como foi a última separação. Tudo com riqueza de detalhes.

Uma das perguntas mais objetivas partiu justamente de um menino, candidato a estudante no novo colégio. Ingenuamente perguntou se o colégio financiaria os projetos desenvolvidos pelos alunos como atividade adicional. A resposta, evidentemente, é não. Colégio ensina. Pai paga. Cada um na sua.

E há sempre os sociais, com inúmeras idéias de como os proprietários deveriam aplicar o dinheiro ganho. Distribuem bolsas e facilidades com muita generosidade, como se não fossem eles que fossem pagar.


Acho que deviam aplicar prova de admissão nos pais em lugar dos alunos.


Escrito em 21.10.1999
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