O vento soprou o meu telhado
e eu fiquei cara a cara com o sol.
Meu rosto queimou e enrijeceu.
Não tenho culpa de ser assim.
A chuva veio e molhou o meu colchão,
o sol radiante bebeu a chuva,
voltou o vento e soprou o meu corpo.
De novo, a chuva, de novo o sol...
Mas, um dia, me revoltei, contrário às águas que a chuva jorra,
contra esse vento tão forte e frio, e me tornei amigo do sol.
O vento lançou seu último sopro e partiu.
A chuva afastou-se regando a estrada.
E nunca mais voltou o vento
e nunca mais a chuva veio.
O sol, rabioso, queimou minha pele,
secou meu campo,
bebeu meu rio...
E eu quase morri de inanição.
|