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Poesias-->Desenhar fantasmas -- 18/12/2011 - 05:04 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
>>> Desenhar fantasmas <<<



Sou um vetor dourado.

Cresço no escuro.

Projeto-me na confusão.

Elaboro esse plano tão completo.

Aparentemente completo.



Observo as rosas e o luar.

Respiro ventos furiosos.

Meu coração sibila.

Alegria doidivanas.



Vejo uma ninfeta seminua

Segurando uma harpa.

Ela veste uma túnica alva

E carrega ramos nas madeixas escuras.



Ela sorri, e tocando notas precisas,

Indica o que falta em meu plano,

Meu mundo.



Ela faz uma poesia pura,

Quando trança seus pés delicados

Na areia fofa.



Quando suas mãos pálidas tocam o meu rosto,

E meus olhos voltam a brilhar,

Enxergo o manancial,

Enxergo a concretude do sonho,

Especulo minhas melhores notícias em seu argumento vago.



Ela enche meu coração de júbilo

E, rolando em suas mãos,

Surge uma bola vítrea,

Uma bola cristalina mas gelatinosa.



Cresce de uma forma que nos abarca.



Vejo numa corrente atar-me,

Ligar-me a todos os seres humanos e todo mundo sente então

A mesma alegria,

Compartilham da mesma imortalidade.

Choram a mesma tristeza sábia,

Recepcionando cada um em sua esperança.



Sigo amando minha esperança,

Perdendo-me em seu corpo,

Alimentando-me de sua energia.



A esperança estimula.



O plano não é perfeito.



A esperança foge

Sem deixar passos na areia fofa.

Foge como mulher infiel, insinuando,

Destruindo o lar imaginário,

O abrigo eternamente provisório do amor.



A tribulação ensina

a procurarmos outras esperanças.

Às vezes, a mesma esperança volta,

Cansada de fugir de nossos braços,

Ou encontramos outras esperanças

Atraentes e fogosas,

Calmas e bonitas,

Ou mesmo as estáveis,

Menos fugazes.



Enquanto a esperança antiga

Estava longe, vivi esse tormento

De cinzas e fogo,

De raios e cobiça.

Não enxergava muito longe.

Acreditava-me limitado.



Uma instância superior

me pôs nos eixos e me enamorei de outra esperança.

Senti o poder de tecer novas cordas e içar as pessoas,

para minha alegria, tal como se eu fosse um fenômeno

Natural.



Isso se intensifica

A cada nova esperança.



O desejo de vivê-la aumenta,

Esperanças morenas, loiras e ruivas,

Esperanças elegantes, magras e engraçadas,

Esperanças feias, levemente gordas,

Esperanças para beijar,

Para deitá-las na grama e contar

Cada pinta na pele, mapear todos os detalhes,

Amar a alegria de estar vivo,

Mesmo sabendo que o plano não é perfeito

E que alguém pode me confiscar essa esperança.



É por isso que as enxergo

Na parede de minhas pálpebras,

É por isso que dorme comigo

Essa lembrança.

Porque estou a cata de esperanças,

Colhendo,

Soprando,

Meditando.



Estudo a nudez das esperanças,

Estudo a agilidade de seus passos.



Apesar de tudo,

Meu plano não prevê trancas.



Eu quero aprender a voar,

Eu quero aprender a mergulhar,

Eu quero aprender a atravessar paredes:

Dominar todos os meios, pois

A esperança é essa busca,

A imagem que se forma a nosso lado

Quando corremos vertiginosamente

Rumo ao escape no horizonte.



(Eder Kamitani)









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