Eita, amor danado
que o vento sopra
nas asas do tempo...
Lembranças puídas
roupas roídas pelas traças
Último tango, último trago
última dança dos namorados
Não há culpa nem culpados
Silêncio, calma...
sopro suave da idade
congelada na cerveja
Batom descorado
pele enrugada
Nada, nada!...
Só trapos,
sapos em coro
couro de sapo
Música tocando
as bodas de ouro
pele e couro
se entregam na sacada
O tempo sopra a negra tinta
dos cabelos brancos
que tingem os sonhos
cor de rosa murcha.
E mais nada...
Eita amor danado!
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