12.07.2006 - 467 - NR
Frustração total.
Não, não se preocupem, não se trata de um resumo de nossa campanha na copa. Aopa em uma palavra, aliás bom tema para cair no vestibular. Não vou falar de nossa seleção canarinho que foi à s terras germànicas cercada de toda expectativa e a esperança de cento e oitenta milhões de brasileiros e muitos mais de outros países simpatizantes. Seleção galáctica que como o Real Madrid, não conseguiu o campeonato apesar de contar com os melhores jogadores do mundo, fato já transitado em julgado. Há quem diga que o problema foi justamente contar com tantos jogadores galácticos, a ponto de se ter dúvidas sobre qual seria o time a jogar, o dito titular, ou o chamado reserva.
Não me arrisco a falar das meias de Roberto Carlos a proteger-lhe as pernas cuja beleza apregoada, para mim é inimaginável. Explico-me, para não deixar dúvidas. Eu não consigo imaginar que alguém, mesmo entre as mulheres, possa gostar daquelas pernas. Para mim, a única virtude que lhes cabe é a de disparar petardos futebolísticos indefensáveis.
Também não vou comentar a imprensa que disse que os rapazes foram comemorar a perda. Exagero, como sempre. Ronaldo, o fofo, afinal, fez seus gois, fez seus recordes e foi para Nova York namorar com aquela moça bonita. Está certo, ir chorar no colo da mãe é que não ficaria bem após os vinte cinco anos.
Não, o tema aqui é outro.
É que ontem usei a palavra frustração, ou algum de seus derivados e logo me ocorreu que ela se presta muito a exercícios de fonoaudiologia. Repita comigo: frustração, frustração, frustração. Viu? Tente mais rápido. Não é fácil, só alguém devidamente orientado por um fonoaudiólogo pode se dar ao luxo de dizer frustração assim, rápido, sem preparação. Nem mesmo frustrado é possível pronunciar com facilidade tal palavra. O falante frustra-se. Tente de novo, assim, de repente.
Pois até ficar frustrado é difícil para nós brasileiros, nem sequer conseguimos dizer com facilidade o raio da palavra. Melhor substituir por paciência, mais fácil de dizer e tão praticada por estas bandas. Não raro demais.
Disseram que o Rio está em guerra e logo os paulistas se rebelaram e disseram que guerra de verdade só lá. Não entendo se São Paulo é justamente a terra da batalha de Itararé, que empresta o nome o célebre barão, meu ídolo inconteste. Esta rivalidade não tem sentido, minha gente. No Rio roubam carabinas das forças armadas. Em São Paulo, os bandidos a dar medo na polícia, o rabo a abanar o cachorro.
Neste caso a palavra é outra. Mas também não é boa.
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