Entro, sento e parto sem rumo.
Preferencial !
Trânsito em transe,
escapamentos bufando,
marchas engatadas,
ar cheirando máquina,
o grito estridente das brecadas
e o ronco dos motores
engolindo o silêncio.
Meço mentalmente a distância,
enquanto giro o volante,
entrando na avenida
e voltando à infância.
O cenário me refaz a cada mudança,
antes do semáforo,
do congestionamento do tráfego,
do brilho vermelho de luz
na condicionada reação de frear.
Não sei para onde vou,
mas o atraso quem tolera?
A vida é muito breve
para a espera de um momento.
E partindo novamente,
vou ao encontro do vento
que entra pela janela.
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