Desejo que o Professor Luiz Felipe Coelho, esteja onde estiver, possa Ler esta pequena cronica.
Lá pelos idos de 1959, há quarenta e um anos, quando eu ingressava no Ginásio Industrial da grande Escola Técnica de Pelotas, a famosa e para mim sempre ETP, depois com os Bonats da vida viéram outros nomes, eu ouvi de meu professor de ciência Luiz Felipe Coelho a seguinte descrição da formação social do mundo:
"Quando o homem decidiu reunir-se em tribos sentiu a necessidade de um comando e para tal autodenominou-se, como seria o mais lógico, o homem mais forte da tribo. Ele conquistava o poder através da força bruta e o mantinha enquanto o seu vigor físico o garantisse, ou até o aparecimento de um outro mais forte. Possivelmente, nesse contexto, os grandes chefes, daquela época, tinham vida efêmera. Nascia assim o poder militar. Mas como nem sempre o mais forte foi o mais inteligente. Muito pelo contrário, a inteligência e inversamente proporcional a massa física. Um dia alguém que jamais poderia sonhar em tomar o poder pela força começa a entender as foças da natureza e supostamente a manobra-las assustando assim o grande chefe e criando então os deuses. Nasce então o poder religioso. E desde então a humanidade trabalha para sustentar estas duas castas Chegando a ponto de em alguns países da antiguidade a reunir em só pessoa o poder religioso e o militar como no Egito, onde o Faraó era o". sumo". sacerdote e o grande chefe militar."
O nobre professor, que dizia não ser ateu, mas ter a sua própria crença que não divulgava a ninguém, esqueceu-se da terceira e mais danosa classe. Volvidos os anos e os milênios, para poderem manterem-se combativas as duas forças tem agora de manterem-se cada vês mais especializadas e tanto uma como o outra tem de investir em mais e mais trabalho. Como no mundo sempre houveram os preguiçosos, os homens do atalho, gente a achar tanto a carreira militar como religiosa trabalhosa de mais, um dia algum componente desse dileto grupo criou a demagogia, a ciência de enganar as massas e com elas assustar ao sacerdote e ao general. Cria-se então a classe política. Que mesmo nas mais ferrenhas ditaduras militares consegue espaço para alimentar no ócio os seus desempregados.