É mesmo um fato notório:
Ser piloto e locutor.
Pois além de estar no ar
(Fazendo ambos com amor),
Pode-se mesmo viajar,
Vencer distâncias, se espraiar...
Isso mesmo faz Ozório,
Meu colega de profissão.
Pois quando está no chão,
Sua voz se amplifica.
E quando não fica,
Voa em outra direção.
Mas ainda assim não se cala.
Segue firme em outra escala.
Com ou sem tripulação.
Com a torre tem contato
(Talvez sua única audiência)
E dando ainda sua frequência,
Faz do próprio voo o seu fato.
No estúdio (também atrás do vidro),
Em outro tipo de cabine,
Vive ainda meio híbrido,
Pois aí talvez combine
“No ar” com muita coragem.
Fazendo, então, outra viagem
Com a voz por outra paragem...
De asas abertas pro mundo,
Ecoa seu destino aos 4 cantos,
Sob outra fuselagem.
Porque o que ama, bem no fundo,
É mais que mera miragem:
É a vida, com seus encantos,
Abrindo mil possibilidades!
É a façanha de viver com intensidade
Cada instante, cada idade,
Sob diversos prefixos.
Na certeza da impossibilidade
De manter-se sempre fixo.
Por amar demais a velocidade
Que flui através das ondas
Da própria sonoridade
Que talvez nem mesmo o tempo desmanche!
E assim, sob a batuta de seu manche,
Colhe os créditos do duplo ofício.
Qual deles o mais difícil?
Nem é sensato apontar.
Porque num ele se projeta
Sem sair do lugar.
E noutro ele se lança
Sem titubear.
Mas com os dois, qual criança,
Adora mesmo brincar.
Por isso mesmo é inglório
Traduzir em importância
Qual deles mais ressaltar.
Digo apenas: este é Ozório
A quem posso admirar!
Parabéns, Ozório Anchises, por seu “plano de voo”. Pelos anos dedicados ao microfone e ao manche.Pelo desafio cotidiano que é viver dentro de uma aeronave, rompendo barreiras. Da mesma forma que rompe distâncias geográficas quando ecoa seu vozeirão ao microfone.
Que a vida reserve para você e os seus conquistas ainda mais incríveis! Felicidades!Em 30/6/2011
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