Considerando que em época de Copa do Mundo todo brasileiro é técnico de futebol, me deixem exercer minha porção futebolística, sem reservas ou cuidados. Antes de iniciar pergunto se técnico pode ter barriga? Escrevam dizendo que não tem nada a ver, que técnico é técnico, jogador é jogador. Técnico ensina e jogador joga.
Este ano a seleção chega à Alemanha sem grandes polêmicas. Teve ano, com Telê Santana, em que a questão era a colocação de pontas. O povo queria pontas e Telê não botava. Não sei bem o que isto significava, mas deve ter feito falta, pois ao que me lembre não ganhamos. Na última, nosso Filipão ficou atordoado com a choradeira de Romário e metade do país dizendo que sem ele não teríamos sucesso. Como se póde ver, Romário não fez falta e, aqui entre nós, eu acho que Romário só atrapalharia. Como se diz hoje em dia, ele não agrega. Ele desagrega.
Mas sem polêmica não há a menor graça, e a imprensa em geral e mesmo os cronistas bissextos ficam sem assunto. Assim, Ã falta de polêmica melhor, a questão que se apresenta é se Ronaldo, o fenómeno, está gordo ou não. Nosso gosto por uma conversa fiada é tamanho que até o Presidente entrou na discussão. Como todos viram, se deu mal.
Parreira diz que não, que Ronaldo não está gordo. Hoje vejo uma declaração da namorada da vez, dizendo que não. Sei lá se o fenómeno está gordo ou não. Nem mesmo sei se isto chega a ser muito importante. Na verdade, o importante é ter polêmica pra turma ter o que escrever. Mas deixem o rapaz em paz para que jogue o que sabe jogar.
O fato é que o esporte favorito do brasileiro é reclamar do técnico da seleção e nisso estamos todos frustrados este ano. Até o Zagalo a quem tivemos que engolir, está calmo procurando coisas em que o número treze se encaixe, e ninguém mais comenta seus comentários. Acho que pela idade e pela doença recente, ele goza de uma certa imunidade. Pode falar o que quiser. "Fala Zagalo que nós ouvimos" tem vinte e três letras (espaço não é letra), ou seja, vinte e três mais três igual a vinte e seis, que dividido por dois, dá treze. Então?
Na falta do que falar, confesso que já não aguento olhar as mesmas imagens da tal fundação do Cafu. Em que pese o belo trabalho que ele faz e seus méritos como jogador, a repetição está ficando chata. Deve ter alguma outra fundação aí entre os jogadores à qual possamos dedicar nossas lágrimas televisivas. Da mesma forma, a gentil senhora mãe de Ronaldinho, também já ocupou muito a telinha. Deve ter outra mãe fotogênica.
Sendo assim, hipoteco minha confiança à seleção de Parreira. Estou certo que o grupo saberá honrar a camisa canarinho - agora com novo colarinho - dando a esse nosso tão sofrido povo um motivo para orgulho e satisfação.
Brasillllllll!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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