Não...
O brasileiro não tem mesmo muitos motivos para se esguelar
E gritar:
"Dá-lhe, Brasil!"
Não tem.
Mas... Que diabo?!
Pra que deixar que o desànimo nos tire a chance de ser feliz...
Ao menos, por uns dias?
Eu havia decidido nem assistir aos jogos.
Sim... De tanta indignação e revolta
Pela sucessão vergonhosa de acontecimentos
Escabrosos, sociais e políticos,
Cujo descaso das autoridades (in)comptetentes
Faz cair por terra nossas esperanças de um futuro melhor
E mais ameno, pelo menos para nossa descendência...
Já que, para nós, de meia-idade, esse tão falado "futuro"
Foi-se tornando um verdadeiro tormento de incertezas
E lutas vãs, diante da desordem crescente...
Embora tenhamos valores inestimáveis,
Reconhecidos no mundo inteiro,
Somos um povo pouco respeitável.
Nossas autoridades, aquelas que nos representam "lá fora"
Estão sempre dando "furos" ou melhor, "rombos"
Que nos engolem feito monstros numa inexorável senda
Que os supersticiosos chamam de destino, sina ou desdita.
Eu chamaria de "encosto"... E dos brabos!
E haja terreiro bom, ou "pai-de-santo" suficiente
Para descarregar este mal... Uchê!!!
Creio que nem um banho de descarrego
Com toda a água benta do Atlàntico
Seria sufuciente para retrair
O "mau-olhado" que grassa
Por este nosso gigante tão pequeno...
"Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza
TERRA ADORADA...
ENTRE OUTRAS MIL
ÉS TU BRASIL
Ó PÁTRIA AMADA!"
Bem...
Eu havia decidido não participar
Das alegrias desta copa...
Como todos os brasileiros
Tenho mil motivos para andar triste...
Mas... Por que furtar-me à utopia
De que está "tudo bem"?
Sim... Por que chorar as mágoas
Quando todos preferem esquecê-las?
Resolvi, então, correr com as 22 pernas
De nossos canarinhos maravilhosos
Que, de um modo ou outro,
Conseguem mostrar para os "gringos"
Que o Brasil tem alguma força... Nos pés!