Desejo Interrompido – “Notas de um Sedutor”
Pelo fim da tarde dirigi-me a uma video-locadora, cogitava a hipótese de passar algumas horas me entretendo com a sétima arte. Gosto de filmes.
Já havia escolhido os vídeos, quando, à minha frente, à entrada do estabelecimento, estacou um rapaz, jovem, negro, muito atraente. Próximo ao balcão havia uma moça, lindíssima – que já havia reparado - trajava uma mini-saia marrom, deixando à mostra suas belas e grossas pernas.; era mesmo lindíssima!
Pois bem, quando o jovem rapaz a viu, estacou de súbito e ouvi-o pronunciar a um amigo, a seu lado: “Nossa, que paraíso!”. Estranhei tal exclamação, é-me incomum, mas creio que era algum tipo de gíria usada pelos dois. O fato é que o rapaz tomou a moça pelos braços, baixou sua blusa até a altura do umbigo e ergueu sua mini-saia acima da cintura. Despiu-se e penetrou-a violentamente. Somente eu e o outro rapaz observávamos.
A cena me excitou sobremaneira, decidi possuir a moça também. Até porque era-me obrigado, uma vez que depois de tal cena viria o vazio a me atacar. Mas o que ocorreu foi que o rapaz, após ejacular, deixou a moça desfalecida ao chão, o prazer consumiu toda sua energia vital. Sorria debilmente.
Olhei o negro com extremo ódio, peguei-o pela camisa, empurrando-o porta fora. Ao chegar à calçada empurrei-o. Vi, quando tentando se equilibrar, caiu no meio da rua e antes mesmo que pudesse se levantar foi esmagado por um caminhão que descia a avenida. Como a moça, sorria debilmente.
Não havia como nem para onde fugir, assim como previra, veio-me o vazio. Nada me restava, dirigi-me à moça e possui-a.
Tales di Ângelis
|