REVENDO O MENINO DAS ESTRELAS
Nesses últimos dias, lembrei-me de um livro que li há algum tempo: "Ami, o menino das estrelas", de Enrique Barrios, Chile, 1986. Maravilhei-me com a singeleza do relato de um menino extraterrestre. Embora o assunto possa ser tão controverso, tão avesso a muita gente, o livro fez o maior sucesso, a ponto de o Papa João Paulo II enviar bênçãos ao autor. É singelo, mas não significa pouco, pelo contrário, é muito, muito profundo! Pleno de lições para nossa vida. É muito doce, pois encara a vida como ela é, repleta de belezas que não enxergamos porque enrolamo-nos em minúcias.
Chegando ao fim da leitura, ao fechar o livro, instantaneamente um sono incontrolável tomou conta de mim. No sofá onde lera, acomodei-me, pois era um chamado do corpo, provavelmente para atender minha alma. Não me lembro se sonhei ou não ao dormir. Apenas tive a impressão que dormi muito. Qual o quê! Admirei-me ao constatar que apenas dez minutos haviam passado. Fiquei num estado de torpor, olhando à minha volta com um certo estranhamento. Devo ter feito uma viagem como a de Pedrinho que quebrou a barreira do tempo e espaço. Diferente dele, no entanto, nada consigo contar desse intervalo de sono. Apenas senti vontade de escrever.
"Tudo aquilo que no Amor não se sustente
haverá de ser destruído
esquecido no tempo
repudiado..."
Essas palavras, vindas como mensagem para a personagem do livro, são incontestáveis. O Amor é a lei fundamental do universo mesmo. E Ami faz questão de observar que deve ser escrito Amor com letra maiúscula, assim como Deus. E a relação fica claramente cristalina: Deus é amor, Amor é Deus.
Costumamos escrever Deus com maiúscula, por uma tradição de respeito ou porque a gramática assim prescreve.
Na verdade, pouco pensamos sobre esse uso. Seguimos a tradição e fim. Porém, creio que a letra maiúscula é um símbolo da grandeza de Deus, aquela energia maior que não se vincula necessariamente à religião. Sendo assim, o Amor, como lei fundamental da vida, é mesmo para ser também escrito com maiúscula, pois sua prática é a própria grandeza de uma energia divina. É o que nos salva. Sem ele a destruição se expande.
Mas viver o Amor, viver em Amor é muito difícil. Podemos até ter uma grande vontade de exercê-lo e até pensamos que, de fato, estamos comumente nesse exercício. Engano! O ego nos engana e nos ganha fazendo-nos acreditar que amamos muito e sempre. O fato é que só amamos verdadeiramente se Amor for sinónimo de Deus. Portanto, afirmar nossa ligação com Deus só pode ser verdade se estiver alicerçada no Amor, nesse sentimento maiúsculo que é grandeza porque é desprendimento de ego; é grandeza plena porque vem do nosso centro, do nosso self, da nossa centelha divina: Deus/Amor, Amor/Deus.
Ah, como estamos precisando urgentemente nos exercitar para seguir a lei fundamental da Terra e de todo o universo!
Precisamos aprender com Ami.
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