Bebé-Pagaio, é frágil.
Dentro de casa, já voa
e vai pousar no poleiro,
vaidoso da sua pessoa!
E olha, que sorrisinho,
ao escutar meu elogio!
(para mim se exibiu)
Mas na varanda, já viu?
Tem medo, Papagaiozinho!
Tem medo da noite vindo,
Das sirenes de bombeiro,
medo do sol e do frio,
e, como é pequenino,
quer logo entrar em casa
mas se vem alguém
Porém,
desorienta-se e cai!
Cai nas dálias em botão,
cai na palmeira que pica
(insultando o seu bico)
Mas ai,
é maior a palmeira
que o bico do pagagaio!
Fica quieto, coitadinho.
Suas oito garras fechadas,
suas lindas asas tremendo....
Não fala ainda.
Resignado e calado,
espera-me.
E vendo-se tão aflito
com seus redondinhos
acusa-me mas ... sorrindo!
Deiza-se pegar, mansinho
e agarra-se a mim, pobrezinho,
que outro surporte não tem.
Vem para meu colo pensando
que é Gente é sua mãe!
Gente é :
lindo!
Lindo! Lindo!
Mas se vem alguém,
e ele todo se estende
para cumprimentar Gente,
Gente desata gritando:
ai, que medo desse Bicho!
E Gente foge correndo
do Bebé-Pagaiozinho,
que fica desiludido...
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