- Olha cá... Ó Toninho... Não achas às vezes um gozo do caraças, e à parte eu, claro, que te tratem por Toninho, sendo tu um velhadas de 65 esteios?...
- Ah... Acho-acho... Mas depende do tom e da circunstância em que o trato se insira. Por exemplo, a Melinha trata-me por "meu querido Toninho"...
- É caraças... E dá-te com aquelas mamocas na cara toda e...
- Tadeu... Tadeu... Tadeuuuuu!...
- Bem... Toninho... Mas esta coisada do "chama-nomes" é uma chatice pegada e às vezes dá pegas dos mil diabos. Já viste?... Chamas cadela a uma gaja e ela chateia-se toda. Se lhe chamares leoa, zás, é cá uma vaidade do caraças...
- Tadeu... O peso das normas e das tradições do passado tem uma influência decisiva no convívio das pessoas. A expressão que ali pode ser considerada um carinho, acolá pode até dar mortes...
- Mas Toninho... Em 2004 os humanos têm obrigação de saber uma coisa muito importante...
- Que coisa importante... Tadeu?...
- Bem... Repara... Não achas que andam constantemente cem gajos à procura de um só desgraçado para faceá-lo, extremá-lo, marginalizá-lo e depois exibirem ao mundo que ainda lhe perdoam por cima?...
- Ei... Tadeu... Isso é evidente e também assaz complexo. Deixa-te disso...
- Ai... Deixo-deixo... Vem aí uma leoa gorda-gorda com uma cadela pastora-alemã pela trela. Apre!... Vou andando...
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