agora, que nasce a manhä
do poema que escreveste
meus olhos transbordam ternuras
- poemas do fim do verao
com seu vento fresco e doce.
esse mar em que navego,
é revolto por vezes.
mas tem perfumes e aragens,
um horizonte ao largo
me chamando para a terra
mas sou aventureira, poeta,
meus silencios sao ligeiros,
pois a beleza do mundo
me toma sempre por inteiro
ah, que essa minha tristeza
é suave, diáfana, morna,
dói bem devagarzinho
por uns labios que beijei
uns poemas que ganhei
e que se foram de mim
mas a solidao é eterna
lagrimas sao como perolas
que nascem fundo na alma
nada é triste nesse mundo
os amores sao venturas,
momentos em que pensamos
que o tempo nos pertence
mas quem pertence a alguem?
quem pertence a qualquer coisa?
só pertenco ao próprio tempo
nós, que escrevemos as linhas
de uma vida cintilante
- uma vida de estrelas, fogueiras,
plena de sentimentos,
nos deixamos levar por olhos,
nos encantamos por poemas...
mas somos insuportáveis,
com esse fogo no peito,
com essa brasa no olhar,
caminhando no poema...
pro meu amigo, com meu carinho pascoal!
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