A Máquina
A máquina perfeita, que o homem
sonha criar, está nele, é ele mesmo.
É ele a máquina a que nenhuma outra
se pode igualar.
Maltratada, judiada, chutada, pisoteada.
Alimentada por tudo que a pode destruir.
E mesmo assim continua a produzir.
Que Ser genial a pensou, e depois criou!
Dois motores a trabalhar em sintonia.
Coração a pulsar em ritmo universal.
Um motor pequenino a cumprir o destino.
A fazer chegar ao corpo inteiro aquele luzeiro.
Que tem a cor de um outro céu onde mora
O Criador, o Provedor.
Máquina antiqüíssima tão contemporânea
a desafiar a ciência como a dizer:
vem-me desvendar, eu sou o segredo que
andas a procurar.
E o outro motor vai mais além.
É o provedor do mais perfeito computador.
Pleno , acabado, centro de comando de tudo
Que é, e que pode ser.
Um corpo esguio, sadio.
Uma mente a comandar a nossa existência.
Está ali a chave para sairmos do modo de
sobrevivência.
Lita Moniz
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