Ao ler, ontem, nesta Usina de Letras, a crônica "Carta De Um Suicida", de Raymundo Silveira, lembrei-me que, há poucos meses, no Cabo, onde fica a paradisíaca praia de Marinha Farinha - não foi olhar o mar e os coqueiros,por quê? - suicidou-se,também, o conhecido homem público pernambucano,Byron Sarinho, com pouco mais de sessenta anos, e, aparentemente, gozando de boa saúde física e mental; deixando um bilhete - publicado pela imprensa -, dizendo, em síntese, não se achar preparado para enfrentar a velhice...
Também, veio-me à mente, o caso do meu ex-professor de Direito Penal, Raymundo Asfora, que teria se suicidado em Campina Grande, poucos meses antes de assumir o cargo de vice-governador da Paraíba, para o qual fora eleito, sem deixar nenhuma explicação para o seu gesto extremo. Se bem que permaneçam dúvidas sobre o "sucídio"...
Certa vez, o Professor Raymundo Asfora, nos disse, durante uma aula que, em determinados países da Europa (não lembro quais), a tentativa de sucídio é punida.
Rememorando seus ensinamentos, ora formulo as seguintes considerações: se a vida é o bem mais importante tutelado pelo Direito, a sua auto-eliminação - por quem quer que seja -, é um ato lesivo à sociedade,porisso que atinge a todos...
Afinal, são casos excepcionais,de pessoas que não cometeram (perante a Lei ou que se saiba),nenhum delito anterior e não tinham uma razão plausível
para o ato extremo.
A propósito,como todos sabem, o velho, nas Civilizações Orientais, tem um tratamento mais respeitoso do que no Ocidente, pelo que representa de experiência e sabedoria. Os jóvens orientais, sabem que, um dia, se lá chegarem,não serão tratados como descartáveis!...
Por outro lado,entre nós, quem tem um mínimo de sentimento religioso, de crença em Deus,enfrenta qualquer sofrimento, e é incapaz de tal ato,preferindo cumprir ociclo natural da vida e "morrer como um passarinho" (como se diz), durante um cochilo: "Cochilou o cachimbo cai",naturalmente, acrescentaria... |