No dia 22 de novembro de 2003, foi realizada a grande final do concurso de poesias da FACULDADE DE FILOSOFIA DE CAMPO GRANDE (FEUC). Entre as mais de 400 poesias inscritas, foram selecionadas 30 para a final. FELIPE CERQUIZE participou com o seu POEMA TRANSVERSO e tirou o primeiro lugar na categoria “POESIA-COMUNIDADE”. O PRÊMIO FEUC DE LITERATURA vem sendo realizado há nove anos, sempre com a participação de poetas de grande talento. Dois gêneros literários são julgados anualmente, CONTO e POESIA, sendo cada um deles subdividido em três categorias: ALUNOS, COMUNIDADE (Rio de Janeiro) e OUTROS ESTADOS.
O POEMA TRANSVERSO foi escrito em 2001. No primeiro semestre de 2003, o mesmo poema foi adaptado para uma música composta por Kiko Furtado, versão que ficou intitulada como CANÇÃO TRANSVERSA, tendo sido inscrita no I FESTIVAL INTERNET C.C.B. DE MÚSICA POPULAR, promovido pelo CLUBE DOS COMPOSITORES DO BRASIL. Abaixo, a íntegra do poema:
POEMA TRANSVERSO
Eu quero um poema que valha
Meio tronco inteiro meio maravalha
Que sirva ao ético e sirva ao canalha
Que seja elite e seja gentalha
Que levante a cerca e derrube a muralha
Que colha a fartura e plante a migalha
Que zombe da minha cabeça grisalha
Que ajunte as partes do que se espalha
Eu quero um poema que valha
O frio do pólo e o calor da fornalha
O ócio do rico e você que trabalha
Que seja perfeito porque leva à falha
Que permita o novo que permita a tralha
Que incendeie e queime com fogo de palha
Que erga e suporte o peso da talha
Forçando o silêncio do homem que ralha
Preciso de um poema que valha
O crime dos justos e a coesão da limalha
O fio cortante da minha navalha
A bandeira branca ao fim da batalha
Daqui a mil anos que seja a medalha
Do ser que ajuda do ser que atrapalha
De quem preconiza de quem avacalha
Fazendo-se probo na mão que metralha
Tão justo e tão torto que enquanto estraçalha
Os planos mais lindos de quem amealha
Permite também o caminho que atalha
A chama dos sonhos de sua acendalha