Leio no Terra que uma importante indústria brasileira obteve a aprovação da ONU para seu projeto de controle de mudanças climáticas. No caso, poupança de metano, por assim dizer. Na realidade não poupa, ele evita sua diluição no ar o que contribui para a redução do aquecimento global, vilão a que se deve estas raivas todas da natureza que vem acontecendo. Evita-se a produção de metano através de biodigestores em tanques que inibem sua dispersão pelo ar.
Com sua licença, trata-se nada mais nada menos que o flato engarrafado. Ocorre que a indústria canaliza os dejetos de suas criações de porcos para tanques fechados, poupando assim o meio ambiente do desagradável gás e contribuindo para a redução do aquecimento global. Tudo muito bacana, como se dizia. Melhor, com isto adquirem o direito de vender o que chamam de créditos de carbono, permitindo que outros sugismundos do planeta continuem sujando, desde que paguem pela economia feita aqui. Parece bom pra quem recebe, mas se vai esquentar do mesmo jeito, talvez não se devesse vender estes pretensos direitos.
O metano é um destes gases que são inevitáveis e muito ainda vamos ouvir falar dele, o que é melhor do que cheirá-lo. Com esta história de aquecimento global, o metano é o vilão da vez e, pasmem, dizem que os rebanhos bovinos são responsáveis por parte muito significativa de sua produção. Quem diria, as vaquinhas e boizinhos ficam ali pastando e gerando flatos, gerando flatos e pastando, assim como quem não quer nada. Mal imaginam elas que são objetos de discussão dos interessados no Protocolo de Kioto. Nem sabem onde fica Kioto. Sem saber levam a culpa pelos desmandos humanos como se o flato fosse privilégio dos bovinos. Me perdoem, mas é muita injustiça com os boizinhos e vaquinhas.
E agora os porquinhos com seus flatos engarrafados. Quem diria.
Se Monteiro Lobato soubesse disso, talvez o célebre slogan sobre o petróleo não teria o destaque que teve. De qualquer forma, em função de nossa tecnologia, podemos bater no peito e dizer:
O flato é nosso!
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